*José Flávio
Abelha
Finalmente sepultaram
o pobre Juan, aquele menino cujo cadáver foi carregado por Ceca e Meca sob a
alegação de que havia sido morto em um confronto com a polícia e necessitava de
identificação etc..
Sua família lutou para
provar que jovem havia sido assassinado por policiais, nem armado estava e foi o
que se viu.
Até aí os
acontecimentos fazem parte do show que a nossa legislação instiga. O que merece
atenção, e tem passado despercebido, é o fato da família da vítima, depois de
provada a covardia de policiais, pedir segurança... à
polícia.
É a polícia protegendo
o cidadão... da própria polícia!
A senadora Martha
Suplicy, atendendo apelos da Presidenta Dilma e de Lula, acaba de retirar a sua
pré-candidatura na convenção do PT que irá escolher o candidato a prefeito de
São Paulo.
Seu ex-marido, o
folclórico senador, continua firme na possível disputa. Mais dois candidatos
também estão listados.
Se não desistirem,
ficará patente que a democracia imperou na convenção.
O Dr. Ulisses
arvorou-se em anticandidato à presidência da República. Fez uma peregrinação
pelo Brasil, em Salvador, Malvadeza estumou uma cachorrada (cachorro mesmo)
contra o candidato e seu companheiro antivice, o senador das
Alagoas.
O mundo comentou que,
embora sob um regime militar, houve disputa. Era o que a ditadura precisava e
queria.
Martha mostrou
coerência partidária e procurou não provocar um racha na agremiação. Fosse outra
pessoa, que nunca vestiu a camisa, já estaria brigando e empunhando a bandeira
com os velhos dizeres daqueles partidários neófitos: ou eu ou o
caos!
A ilustríssima
cientista de generalidades (entende e discute qualquer assunto) Lúcia Hippólito,
analisando a desistência em benefício da candidatura Haddad, destacou a
fragilidade do ministro, em particular os problemas com o ENEM, apontando as
recentes lambanças.
Faltou-lhe
isenção.
A lambança anual tem a
sua origem.
De certa feita, uma
gráfica, subsidiária da Folha de S. Paulo deixou escapar cadernos das provas,
surrupiados por um empregado.
Agora, um professor
(a) do estabelecimento de ensino pernambucano cometeu o
delito.
Onde é que o ministro
entra nisso?
A TV nos mostrou,
ontem, mascarados em uma janela de um prédio. Lembrei-me daquelas cenas nas
olimpíadas de Munich, quando mascarados metralharam atletas de Israel. Engano
meu. As cenas que vi foram filmadas no campus da Universidade de São Paulo,
prédio da reitoria.
O Sindicato da
categoria, SINTUSP,
alega “militarização absurda da USP”, “presença acintosa da polícia no campus” e
“os policiais tentaram levar presos três estudantes, no pátio da História e
Geografia, acusados de estar fumando maconha”.
Formou-se a confusão.
Alunos querem a retirada do policiamento e alunos querem a permanência do
policiamento.
Os mascarados, pelo
que se lê, apresentaram duas condições para desocuparem o prédio, a saber:
Retirada do policiamento e instalação de uma segurança da própria universidade
e...nenhuma punição aos protestantes.
Resumo da ópera: o que
eles querem é o perdão pelas faltas cometidas através da invasão, do
quebra-quebra e da falta de respeito às leis e ausência total de cidadania, pois
não se concebe universitários desrespeitarem um Oficial de Justiça, com vaias,
empurrões, impedindo-o de, tão somente, entregar um documento de uma Juíza, ou
seja, trabalhar.
Do que eu depreendo
ser a universidade um campus de instrução, nunca de
educação.
O deputado Romário
acaba de declarar-se pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro pelo seu
partido. Por sua vez, seu partido já informou que não terá candidato próprio e
que cerrará fileiras com a reeleição do atual prefeito.
Romário já informou
que, se não for candidato, não acompanhará a sua agremiação
partidária.
Um novato na política,
Romário tem-se destacado com pronunciamentos e presença constante no
plenário.
Isso não basta. Há que
apanhar o jogo de cintura da política, da conversa de bastidores, dos acordos e
mais o que a situação pedir. Não é demérito seguir esse caminho. Desde que o
mundo é mundo que se exercita a política nesses termos. Nada de troca de
favores, nada de porforól, nada de
negócios escusos.
Um bom político tem a
obrigação da fidelidade, da obediência e da ideologia partidárias. Não é
demérito nem ser Maria-vai-com-as-outras.
É vestir a camisa do
partido.
Dizem que o baiano Gil
disse a Tancredo que gostaria de ser candidato a governador da
Bahia.
O sábio Tancredo lhe
disse que a sua estrada política começou na Câmara de Vereadores de S.J.Del’Rey,
sua terra, depois, deputado estadual, federal, derrotado como candidato a
governador, ministro, governador de Minas Gerais, senador e, finalmente,
candidato a presidente.
Gil partiu para a
vereança, depois, renunciou.
O exemplo de Martha
está aí, vivo.
Que o baixinho, que
tantas glórias nos deu no futebol, aprenda no Congresso Nacional a arte de fazer
política, muito mais difícil do que fazer gol de placa.
O colunista, Wálter
Maierovitch diz que o braço direito de Fernandinho Beira Mar foi morto, mas que
ele continua a comandar o tráfico de drogas.
Pombas! Fernandinho
está muito longe do Rio de Janeiro, trancafiado em uma prisão de segurança
máxima. Como é possível que esteja comandando o tráfico?
Via celular? Quem lhe
fornece aparelho, bateria, carregador? Via bilhetes? Quem é o
pombo-correio?
Lula está doente e a
oposição silenciosa. Tem lá os seus motivos.
Muita reza, muita
vela, muita promessa para que o Sapo Barbudo tenha um urgente e pronto
restabelecimento.
Com a doença, o
prestígio de Lula já subiu uns pontos. Doente, ele elege quem bem entender, mais
do que disse certa vez Delfim Netto, que ele elegeria até um
poste.
Getúlio estava no seu
auto-exílio de Santos Reis, em Itu, e bastou um telefonema transmitido por uma
pequena emissora para incendiar o Brasil e o tsunami queremista invadiu a nação,
surgiu o marmiteiro e olha lá o Chico Alves mandando: “Bota o retrato do velho
outra vez, bota no mesmo lugar”.
Francelino Pereira,
pouco antes de uma campanha para deputado, foi acometido de uma hepatite. O
nordestino não desanimou. No leito do hospital foi fotografado, pálido, magro. A
foto foi impressa em milhares de santinhos e distribuída, com uma mensagem do
França, para o nordeste mineiro.
Favas contadas. Foi
eleito!
A oposição sabe que
Lula, sadio, já era imbatível, doente então, nem se fala. Um desenlace seria
fatal para a oposição. De sapo viraria santo e a oposição iria amargar, no
mínimo, algumas décadas sem poder subir a famosa Rampa.
Nos velhos tempos, um
medalhão da UDN disse que não aguentava mais ser derrotado por cadáveres
ilustres.
A VEJA continua a
pautar a oposição.
Esta já não sabe mais
o que inventar. Aguarda, esfregando as mãos, a próxima edição do panfleto para
tomar um rumo.
Nos fins de semana a
grande expectativa: qual será a denúncia da vez, o mesmo ministro ou tem carne
fresca no açougue dos Civitas?
Pobre oposição que
perdeu o rumo e anda a reboque do noticiário dos jornalões e das revistas
oposicionistas.
Ainda agora a Câmara
Federal convocou o Ministro Haddad para esclarecer o recente escândalo das
provas.
O senador paranaense
(aquele com a voz de locutor de rádio da A Hora da Saudade, nas madrugadas), já
se apressou em impedir que o Ministro seja convocado para falar no Senado, sob a
alegação de que não concordava em criar mais uma tribuna para o pré-candidato à
prefeitura paulista fazer o seu proselitismo.
Se correr o bicho
pega. Se ficar o bicho come.
Meu opidano Lúcido,
velho amigo, assalta-me com uma pergunta indigesta.
Os Correios detêm a
exclusividade de cuidar da correspondência no Brasil, assunto de segurança
nacional. Qual a razão de gastar milhões de reais em publicidade institucional,
se não há concorrência?
Fiquei sem resposta e
ele continuou.
Você já pensou, meu
amigo, se todos os órgãos federais, estabelecimentos bancários e todos os
penduricalhos dos ministérios, interrompessem, por somente UM ANO, as
propagandas institucionais e tomassem duas atitudes: pagar exclusivamente
editais e avisos importantes; carrear os milhões economizados, meio a meio, na
construção de prisões e postos de saúde?
Um ano
somente!
Você se lembra dos
TIJOLAÇOS do Dr. Leonel? A imprensa não lhe dava espaço. O gaúcho comprava os
espaços e publicava semanalmente o seu recado. Hoje o seu neto continua a fazer
o mesmo.
Caro Lúcido, por
favor, não divulgue esse seu palpite infeliz!
*Mineiro,
autor de A MINEIRICE e outros livretes, reside na Restinga de
Piratininga/Niterói, onde é Inspector of Ecology da empresa Soares Marinho Ltd.
Quando o serviço permite o autor fica na janela vendo a banda passar . Agora,
agitante do blog JANELA DO
MUNDO.
Crônica enviada por José Flávio Abelha e publicada em seu blog
(comentário enviado por e-mail e postado por Castor)
ResponderExcluirExcelente, a notícia do Romario-candidato a Alcaide-mor carioca. Precisamos ter algo de novo e inédito na Prefeitura. Já votei nele. Nem quero saber que apito ele toca (partido). O importante é (per)furar aquela máfia que toma conta do Rio de Janeiro desde os anos-70/80.
Nada tem jeito por lá, salvo se quebrarmos as canelas dos oportunistas que se aproveitam dos cargos públicos, os mesmos que acham que suas administrações é que inventaram a formosa paisagem da Guanabara, Por falar nesta, salvo aquele acinte urbanístico-especulativo da Barra da Tijuca, nada aconteceu na ex-Maravilhosa, desde a gestão de Carlos Frederico Furquim Werneck de Lacerda,
As mesmas instalações subterrâmeas da City Improvements, da Light & Power Holding Trust of Toronto e da Sociétá Anonyme du Gaz não mais aguentam tamanho abandono e seus bueiros (im)(ex)plodem a valer.
São Paulo e suas enchentes (alagamentos, dizem os de lá) e o Rio de Janeiro, tudo, são o retrato do descaso com que se lida com os interesses gerais de nossa sociedade,
A propósito: quem são os arquitetos e urbanistas encarregados de projetar nossas instalações olímpicas?(*) Nada se divulga a respeito. É preocupante, porque os melhores arquitetos que temos já chegam aos 80, senão aos cento e poucos anos de idade...Andamos em fase muito mixuruca no setor, que estabeleceu um pacto com a falta de talento e distância do espírito de missão, tal como preconizaram Vitrúvio, Bruneleschi e, sobretudo, o genial Andrea Palladio.
Se é para planejar o projeto e desenvolvê-lo, melhor seria convocarmos por edital escritórios estrangeiros, reprojetando tudo, a partir do Galeão. Assim fizeram os chineses para os seus Jogos Olímpicos inesquecíveis, sem-vergonha nenhuma (devíamos reservar a vergonha para outras coisas, como a própria [des] administração safada do COB).
Abraços pequinenses do
ArnaC.
P.S.: outro dia, vi uma foto fajuta da perspectiva que se imaginou para a Zona Portuária. Simplesmente, um horror! Um desatino! De uma feiura monstruosa