Veja
ressuscita Dan Mitrione – o mestre torturador
Laerte
Braga
No
auge da histeria anticomunista o ex-deputado Bonifácio Andrada (os Andradas
chegaram ao Brasil em navio chapa branca, é uma praga que se espalhou por todos
os cantos) tinha como bandeira a virulência de discursos contra o “comunismo
ateu”, “pronto a devorar nossos filhos” e a “jogar em valas nossos
velhos”.
O
ex-deputado, hoje, dirige, na condição de reitor, a arapuca UNIPAC –
Universidade Presidente Antônio Carlos – onde o aluno se forma e não sabe se vai
poder exercer a profissão tal o emaranhado de irregularidades na
“instituição”.
“Devorar
nossos filhos”, “jogar em valas nossos velhos” era a forma encontrada por ele,
Bonifácio Andrada e pelas elites brasileiras para disfarçar o controle que
exerciam – e exercem – sobre o Estado brasileiro, mantendo intocados privilégios
que deixam crianças perambulando pelas ruas e matam velhos nas filas do
SUS.
Andrada
nenhum quer saber do discurso de Fidel Castro quando da visita de João Paulo II,
ponta de lança do capitalismo, a Cuba:
“Dois
milhões de crianças dormirão nas ruas do mundo esta noite, nenhuma delas em
Cuba”.
É
preciso que haja um inimigo visível e que possa servir a essas elites para
intimidar, assustar, meter medo no cidadão comum. Uma espécie de bicho papão.
Sai o “comunismo ateu”, entra o “terrorista”.
Aí,
é só somar doses cavalares, no caso do Brasil, de Jornal Nacional, Miriam Leitão
e outros, para prever imensas catástrofes caso os bancos ou as grandes
corporações, interesses que defendem, sejam atingidos pela crise que imaginam
vai varrer o País, mas mantendo intactos os seus ativos.
Um
país com as dimensões continentais como o Brasil e uma diversidade em todos os
sentidos, riquezas ainda incalculáveis é o prato feito para o capitalismo e
nossas elites, como todas as elites econômicas, não têm pátria, nem escrúpulos,
prestam-se a tudo, a qualquer papel para manter intocados os seus
castelos.
Hoje
e desde muito tempo detêm o controle da mídia privada. Se o cidadão deseja saber
o que não acontece, deixar se iludir pela mentira, basta assistir ao Jornal
Nacional, ou ouvir os comentários do agente norte-americano William Waack e ir
dormir tranqüilo, não sem olhar embaixo da cama, é claro, e se por lá não está
um terrorista de preferência iraniano.
E
enquanto isso o capitalismo predador vai tomando conta, ocupando espaços e
transformando o Brasil num grande entreposto do capital nacional e
internacional. Uma espécie de posto de troca dos cavalos da linha de diligência
da Wells Fargo – hoje banco.
A Revista Veja cumpre um papel específico no processo midiático dos grupos
privados que controlam o setor. É a que faz o serviço sujo, executa os
adversários, promove massacres como o do dia de São Valentin e o resto é feito
pelo resto, Rede Globo, Grupo Folha, Estadão, RBS, Grupo Abril, Estado de Minas,
etc..
A
entrevista com o psicopata Roger Noriega é como a ressurreição de Dan Mitrione.
À
época da ditadura militar os presidentes/ditadores cumpriam ordens diretas de
Washington e todo o aparato norte-americano. Saiu nas páginas amarelas, aquelas
que normalmente são usadas para vender produtos e Noriega vende o medo, vende o
terror da mentira transformada em espetáculo, vende a paranóia, principal
característica dos norte-americanos de classe média para cima. Fora do
McDonald’s e da Disneyworld não acreditam que exista vida
inteligente.
Dan Mitrione era um agente norte-americano que
veio ao Brasil dar aulas de tortura, interrogatórios, todo o repertório de
boçalidade do regime militar. Tinha como tradutor o global Hélio Costa
(ex-senador, ex-ministro das Comunicações do governo Lula). Foram os tempos da
Operação Condor. Uma aliança entre organizações terroristas das ditaduras
militares do Brasil, Uruguai, Argentina e Chile para eliminar
adversários.
Foi
na esteira da Operação Condor que figuras como Orlando Letelier (ex-chanceler do
governo Allende) foi assassinado em New
York. O general Carlos Pratts, ex-comandante em chefe do exército chileno
foi executado em Montevidéu e assim o ex-presidente boliviano José Juan Torres e
outros, tanto quanto suspeitas as mortes de João Goulart e Juscelino Kubistchek.
Sem falar em inúmeros lutadores contra as ditaduras em seus países, caso do
major Cerveira, brasileiro, preso na Argentina, levado para o Uruguai e
assassinado pelo coronel Brilhante Ustra nas dependências do DOI/CODI de São
Paulo. A versão oficial diz que morreu em um quartel do Rio de
Janeiro.
Ustra
continua livre, ele e outros, escorados ou abrigados covardemente atrás da saia
da anistia.
Segundo
Noriega disse a Veja, o Irã está ligado ao narcotráfico colombiano e criando
condições para atos de terrorismo em toda a América Latina, notadamente no
Brasil durante a Copa do Mundo. Embaixador, ex-subsecretário no governo Bush,
afirma que os “terroristas” agem “livremente” na região da tríplice fronteira,
velho sonho dos norte-americanos de instalar uma base militar e controlar a
área. O petróleo no Oriente Médio, a água do Aquífero Guarani no Brasil, entre
outras riquezas.
Sobre
a descarada presença de agentes da MOSSAD – Serviço Secreto de Israel, o absurdo
TLC - Tratado de Livre Comércio com Israel assinado por Lula na política de uma
no cravo e outra na ferradura. Um retrocesso sem tamanho para o Brasil, uma
porta para os EUA diante do fracasso da ALCA – Aliança de Livre Comércio das
Américas. Sobre esses assuntos, nada. Mesmo porque, óbvio, o objetivo de Noriega
é vender seu peixe e seu peixe traz o cheiro fétido do imperialismo predador dos
EUA e por extensão Israel (controla 90% da indústria bélica no
Brasil).
E
o objetivo de Veja ao entrevistar Noriega – cumprindo determinações vindas de
fora, claro – é colocar a classe média que ainda lê a revista/podridão
imaginando que vai ter que almoçar arroz e feijão com bife e batatas
fritas.
E
não vai mais poder comprar sandálias modelo Xuxa.
Noriega
fala que Chávez vai morrer, afirma, dentro de seis meses, que a Venezuela vai
entrar em colapso, a situação vai gerar um caos e vai ser “necessária” a
intervenção militar norte-americana.
Uma
das peculiaridades da falência dos EUA é que usam seu arsenal nuclear para
destruir e reconstruir. Como não tem recursos para pagar sua dívida, mas têm
milhares de ogivas nucleares para destruir o planeta, destroem tudo à sua volta
para reconstruir e sustentarem-se na exploração de outros
povos.
O
Brasil é um dos alvos, e alvo preferencial dada a sua importância, e muito mais
vulnerável com a desmobilização popular gerada no populismo de Lula que avançou
sem avançar militarmente e agora vive um beco sem saída com um partido (PT) que
virou uma espécie de PSDB do B.
A
entrevista de Noriega não é um fato gratuito, uma decisão sem maiores
implicações. É um passo no processo de desestabilização de um institucional que
mesmo falido e corroído pela corrupção (que é parte do modelo capitalista; um
não vive sem o outro) é o caminho preferencial – mas não único –das elites
políticas e econômicas constituídas nesse arremedo de democracia que
temos.
A
propósito, a empresa VERICHIP CORP assinou um contrato sigiloso de distribuição
de milhares de chips localizadores
SOLUSAT. Num primeiro momento 800 unidades estão para chegar ao País, em curto
prazo mais 75 mil. O papel desses chips instalados em seres humanos, são
subcutâneos, é permitir o controle de todos os passos de um portador da
“novidade tecnológica”.
Como
diz a canção de Zé Ramalho, “povo marcado, povo feliz”.
Se
você tem dúvidas da informação dê uma olhada no sítio da Exacta
Express.
Vai
ser a glória para William Bonner. Quem não assistir as edições diárias do Jornal
Nacional vai cumprir pena obrigatória de assistir os programas do Faustão e do
Luciano Huck por três horas diárias durante dez anos.
Dan Mitrione, o covarde professor de tortura
contra a luta pelas liberdades na América do Sul, terminou morto num esgoto de
Montevidéu depois de um combate com os resistentes Motoneros.
No
Brasil chegou a virar nome de rua em Belo Horizonte, doença da qual a capital
mineira já se curou.
Falta
curar de Aécio Neves e sua “abeberração”, Antônio Anastasia.
Enviado por Sílvio de Barros Pinheiro
Enviado por Sílvio de Barros Pinheiro
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