25/11/2012, Batoul Wehbe, Al-Manar TV,
Líbano
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Em
discurso transmitido pela televisão na 10ª noite de Muharram, o Secretário-Geral
do Hezbollah, Sayyed Hasan Nasrallah alertou a entidade sionista de que, caso o
Líbano seja atacado, cada palmo da Palestina Ocupada é território da
Resistência. E renovou seu apoio à Síria, em todos os campos.
Sayyed Nasrallah (E) Multidão(D) |
‘Israel’ [1] é, de fato, mais fraca que teia de
aranha
Sua
Eminência congratulou-se com todos os grupos da Resistência em Gaza, pela
vitória sobre a entidade sionista. Sayyed Nasrallah disse que “em Gaza vimos
vitória real e completa, por mais que alguns mercenários a serviço de ‘Israel’
tentem encobrir os fatos, como também fizeram em julho de 2006 e na vitória de
Gaza em 2009” .
O
Secretário-Geral do Hezbollah lembrou aos governos árabes, mesmo sabendo que
dificilmente o ouviriam, que Gaza e a Palestina “precisam, além de palavras de
simpatia e visitas, também de armas, dinheiro e apoio efetivo. Gaza já fez por
merecer o apoio de todos os governos árabes, porque nunca desistiu da
Resistência e vive hoje de vitória em vitória”.
Sua
Eminência, o secretário-geral do Hezbollah, destacou que, no recente confronto
em Gaza, ‘Israel’ mostrou que é mais fraca que uma teia de aranha.
“Quando
o Irã apoia os movimentos de Resistência, faz o que é seu dever fazer, do ponto
de vista ideológico e estratégico, e o Irã não espera qualquer retribuição” –
disse Sayyed Nasrallah, que também alertou contra o risco das tentativas
superficiais para apresentar o inimigo, como amigo.
“Em
todo mundo árabe e muçulmano, há quem tente apresentar ‘Israel’ como amiga e o
Irã como inimigo. Mas ‘Israel’ nada dá em troca dessas solidariedades de
ocasião, por causa da natureza criminosa e agressiva dos governos sionistas.
Digo a todos os que assim falam, que seus esquemas estão condenados ao
fracasso”.
“Dia
após dia, os povos árabes e islâmicos veem que o Irã é amigo solidário, que os
apoia. Foi o que mais uma vez se confirmou na recente confrontação na Faixa de
Gaza, como já se vira antes, no Líbano”.
O
que distingue o Bahrain é que, ali, o levante é pacífico
O
Secretário-Geral do Hezbollah renovou o apoio da Resistência ao povo do Bahrain
e à sua revolução pacífica, conclamando o governo do Bahrain a atender às justas
demandas do povo bahraini, que mantém consciência clara do que quer, apesar de
toda a injustiça e da opressão que sofre.
Sua
Eminência também falou dos países da Região “que insistem em impedir qualquer
solução positiva para o povo do Bahrain. Disse que aqueles governos que não
defendem o povo do Bahrain temem que a luta por reformas que hoje mobiliza os
bahrainis venha a alastrar-se para as ditaduras vizinhas”.
Sobre
a crise na Síria, Sayyed Nasrallah disse que o Hezbollah está ao lado dos
oprimidos em todos os países onde haja oprimidos, e que temos de saber discernir
claramente quem é oprimido, em cada caso.
“Hoje,
na Síria, toda a Síria é oprimida, todo o povo, o exército, a própria existência
da Síria está ameaçada, porque a Síria foi convertida em alvo de ataque em
vários níveis” – disse Sua Eminência.
“Dissemos, ano passado, que é
direito legítimo dos sírios exigir reformas, [2] e continuamos a respeitar esse
direito legítimo dos sírios”.
Defender
hoje os sírios oprimidos implica exigir o fim dos combates e o fim da matança,
para preservar a Síria íntegra e unida, para que o país consiga recuperar-se.
Qualquer outra posição é trabalhar pela destruição da Síria”.
Somos
pelo diálogo, mas nos ergueremos contra os que se ergam contra
nós
O
secretário-geral do Hezbollah destacou a importância de haver segurança,
estabilidade, paz e coexistência civil pacífica entre todos os grupos que
constituem a sociedade libanesa. Repetiu que “todas as acusações que se fazem
contra o Partido da Resistência são falsas, injustas e sem qualquer prova; são,
sempre, ações complementares aos assassinatos e outros atos de violência.” Sua
Eminência repetiu que o único inimigo do Hezbollah é ‘Israel’. Que o Hezbollah
não tem inimigos no Líbano, nem nos demais partidos políticos, apesar das muitas
diferenças de opinião.
“Sempre
acreditamos e continuamos a acreditar que o diálogo e a ação política são a
única via para superar as crises no Líbano. Não rejeitamos a possibilidade de
sentar para dialogar a qualquer momento. Mas não aceitamos que se imponham
condições para o diálogo ou que se levantem acusações falsas contra nós. Digo
hoje que continuamos, como sempre fomos, a favor do diálogo, da convergência e
de uma solução política, mas nos ergueremos contra os que se ergam contra
nós”.
Toda
a Palestina Ocupada está sob nosso controle
Sayyed Nasrallah |
Sayyed
Nasrallah revelou que a Resistência islâmica já tem meios para alcançar com seus
mísseis todos os territórios ocupados, “da fronteira do Líbano até a fronteira
da Jordânia e o Mar Vermelho, de Kiryat Shmona a Eilat. O tempo quando ‘Israel’
podia nos ameaçar acabou. A temida ‘Israel’ já não existe”.
Sua
Eminência continuou: “Como um inimigo que se deixa abalar por uns poucos
foguetes que caíram em Telavive vindos de Gaza suportará milhares de mísseis que
cairão sobre Telavive e outras cidades?”.
A
crescente ameaça que enfrentamos é o esquema sionista/norte-americano
O Yazeed
dessa era, que temos de enfrentar é o esquema sionista/norte-americano
que ameaça nosso povo, nossa dignidade, religiões e locais sagrados. Essa
confrontação permanece, como nossa absoluta prioridade” – disse o
secretário-geral. Sayyed Nasrallah lembrou as ofensas ao Profeta Maomé “que
vimos nos meses recentes”. Disse que hoje, 10º dia de Muharram, “é dia de fazer
sacrifícios em defesa do Mensageiro de
Alá. Todos os que ofendam nosso Profeta ou tentem fazê-lo saibam que não
toleraremos nenhuma ofensa e que estamos prontos a defender nosso Profeta e sua
dignidade. E hoje lembramos com o Imã Hussein, em defesa do Profeta
Maomé , e que todo o mundo ouça nossa voz: ‘A teu serviço,
Mensageiro de Alá”.
“Como
todos os anos, no 10º dia de Muharram, relembramos a posição histórica do Imã
Hussein e dizemos a todos os tiranos, os corruptos e os que desconfiem de nossa
decisão: nenhuma possibilidade é mais remota, que a de nos deixarmos humilhar” –
Sayyed Nasrallah concluiu.
Notas
dos tradutores
[*]
Esse artigo é tradução da versão em inglês, divulgada hoje pela rede
Al-ManarTV, do Líbano. Todas as correções, sobretudo as feitas a partir
da versão original em árabe, são bem-vindas.
[1]
O Hezbollah não reconhece o estado de Israel, ao qual se refere, quase sempre,
como “entidade sionista”. Por isso, quando ocorre, a palavra ‘Israel’ é usada
com aspas simples, convenção que mantemos nessa tradução.
[2]Sobre
a posição do Hezbollah quanto a Síria, ver também “Assange
entrevista Nasrallah” (16/4/2012, Russia Today) em
português.
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