1/11/2012, Xinhua News
Agency, Pequim
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
- A experiência já mostrou que intervenção e a
“exigência” de que Assad deixe o poder não conseguiram conter a violência ainda
crescente e precipitaram a Síria em caos ainda mais profundo.
- Aparentemente, Washington ainda insiste na
velha ideia intervencionista, que mais de uma vez levou os EUA a beco sem saída.
- Em nenhum caso o ocidente deveria apoiar um
dos lados, na luta para varrer do mundo a oposição, porque esse tipo de ação
sempre implica consequências incontroláveis.
Hillary Clinton |
A
recente “grande virada”, que visa a descartar o Conselho Nacional Sírio que tem
base em Istambul,
Turquia – o mesmo CNS que os EUA até agora haviam apoiado sem
restrições – mostra a confusão reinante nas “táticas” do ocidente para a Síria
que, hoje, se veem ante o grande problema de encontrar outros representantes
locais aos quais apoiar.
Os
EUA, que em nenhum momento se ocuparam em buscar alguma verdade factual em campo
e temerariamente acolheram como aliado e “representante local” o Conselho
Nacional Sírio, acabam de constatar que o aliado é absolutamente imprestável; e
retiram-lhe todo o apoio. Os EUA estão esmurrando, de fato, a própria cara.
Agora,
os EUA partem à procura de outras forças de oposição as quais apoiar. Mas o mais
provável é que a nova tentativa falhe outra vez, dado que, outra vez, os EUA
deixam sem considerar as causas que continuam ativas na raiz daquela crise
crônica e, outra vez, rejeitam qualquer solução política para a Síria.
Desde
o início do conflito, há 20 meses, o ocidente nada faz além de, obcecadamente,
trabalhar para derrubar o governo do presidente Bashar al-Assad, sem em momento
algum considerar objetivamente a potência variável das diferente facções que
disputam o governo da Síria.
Forças
leais a Assad continuam a combater cabeça à cabeça contra rebeldes, e
absolutamente não se vê no horizonte qualquer possibilidade de processo de paz.
Até agora, aqueles confrontos já fizeram mais de 32 mil mortos.
Sem
conseguir conter os confrontos, a trégua de quatro dias, para a Festa do
Sacrifício em outubro de 2012, iniciada pelo enviado da ONU, Lakhdar Brahimi e
prevista para marcar o começo de um processo de paz, também já deu em nada.
A
experiência já mostrou que a intervenção e a “exigência” de que Assad deixe o
poder não conseguiram conter a violência ainda crescente e precipitaram a Síria
em caos ainda mais profundo
Aparentemente,
Washington ainda insiste na velha ideia intervencionista, que mais de uma vez
levou os EUA a beco sem saída. Em nenhum caso o ocidente deveria apoiar um dos
lados, na luta para varrer do mundo a oposição, porque esse tipo de ação sempre
implica consequências incontroláveis.
Nem
Clinton dá sinais de saber o que faz em relação à Síria e insiste em
esperar que rebeldes consigam derrotar o governo de Assad. Na 4ª-feira, a
secretária Clinton disse que não é segredo que muitos na Síria, especialmente
grupos minoritários, temem que o governo de Assad seja substituído por governo
da oposição sunita. “Não que amem o regime Assad” – disse ela. – “Mas estão, com
muita razão, preocupados com o futuro”.
É
mais que hora de o ocidente entender que a única abordagem razoável é apoiar
genuinamente uma solução política e diplomática para a crise.
Yang Jiechi |
A
China, com a Rússia e outros países, tem buscado incansavelmente apoiar os
esforços do enviado internacional e tem insistido na direção de que todas as
partes envolvidas busquem desempenhar papel mais construtivo.
Na
4ª-feira, o Ministro de Relações Exteriores da China, Yang Jiechi apresentou
proposta chinesa, de quatro pontos, para encaminhar solução estável para o
conflito sírio. Os chineses entendem que é absolutamente necessário que os lados
em conflito respeitem o cessar-fogo acordado e deem início, imediatamente, a uma
transição política negociada.
Os
EUA ainda precisam aprender que soluções políticas demandam paciência e
tempo.
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