A
despeito de sua até fisiognômica antipatia por quaisquer manifestações "de
esquerda", não se pode negar a Augusto Nunes o domínio de estilo da mais fina
ironia e a tarimba nas coisas da política pátria. E sua matéria, nessa mesma
revista, sobre a renúncia de Jânio Quadros é de
moldura!
Ele
deve saber que não temos blasés nem
ratés no "emborná" onde coloca toda
aquela massa de brasileiros que enumera até com certa maldade, em sua matéria
sobre FHC ( VEJA n. 50, 14-12-11): penso que faz parte da indolência do brasileiro ( genética?!
De fatores antropológicos, kreschmer-caracteriológicos?), que Sérgio Buarque
eufemisou na cobra-cega da cordialidade.
Para
esse aglomerado social esteve tudo "mais ou menos" após o governo Getúlio Vargas
e, entre mortos e feridos, salvaram-se todos...
Mas,
afirmar "(...) porque tantos brasileiros se dobraram sem perguntas a populistas
sedutores , ou foram dobrados sem
resistência por autoritários fardados"( grifo acrescentado) é ignorar o
heroismo da clandestinidade, dos que tiveram consciência do futuro que poderia
advir. Clandestinidade cujo palco onde verdadeiras imolações só se podem avaliar
hoje por um videogame simulado, desses inconcebíveis senão por jogadores
infantis.
Época
em que talvez o autor do artigo estivesse cobrindo jornalisticamente paradas de
7 de setembro... para um bico, até inocente, do
ganha-pão?...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Registre seus comentários com seu nome ou apelido. Não utilize o anonimato. Não serão permitidos comentários com "links" ou que contenham o símbolo @.