quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A GRANDE QUADRILHA


Laerte Braga


Laerte Braga em O Rebate


O grupo GLOBO (jornais, revista, tevês e rádios) raciocina mais ou menos assim. O telespectador padrão Homer Simpson – definição de William Bonner para rotular o idiota, segundo ele a maioria dos que assistem ao Jornal Nacional – contenta-se com informações superficiais e/ou distorcidas, não importa. Importam os objetivos e o espectador é vítima de um processo permanente de alienação.

A forma é o espetáculo. Pode ser o casal Nardoni comovendo o Brasil com o assassinato de sua filha. Ou o traficante Nem e sua namorada cheia de jóias. Coisas do gênero.

A reboque, em meio ao furor que criam por conta de trocentas mulheres melancias, ou da edição anual do Big Brother, as mentiras sobre o que acontece no País, no mundo, tudo ao sabor dos que pagam.

A classe média, que presumivelmente é capaz de entender alguma coisa além de rapapés beneficentes e churrascos de fim de semana (comum a quase todas as classes, o que varia é a qualidade da carne, da cerveja e o cenário), recebe choques de Miriam Leitão e seu estilo errático/furibundo além de doses maciças de William Waack, o agente preferido de Hillary Clinton para análises que nem sempre se confirmam.

As elites pagam para que mídia mantenha esse estado de alienação e os políticos em boa parte são o braço dessas elites econômicas no aparelho estatal. Em troca, associados a grupos econômicos aos que se integram ou muitas vezes se representam por senadores, deputados, governadores, prefeitos, etc., tanto quanto se beneficiam desse controle que exercem sobre a informação, como se transformam em donos da comunicação através das concessões de rádios e tevês.

A história do País mostra isso; e hoje mais que nunca.

O recente escândalo envolvendo o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab e o ex-governador José Serra, que se estende ao Rio Grande do Norte e alcança todo um leque de políticos naquele estado mostrando o caráter de quadrilha dos que detêm o poder no País.

A mídia é parte fundamental disso. É essencial que criminosos como Agripino Maia, Garibaldi Alves e outros sejam transformados em paladinos do combate à corrupção, da democracia, dos interesses populares, quando, no duro mesmo, são apenas bandidos que encenam um jogo, uma farsa e se apropriam da máquina estatal para proveito próprio, em suma, o modelo político e econômico que reina impune sobre o trabalhador brasileiro.

Para se ter uma idéia do papel da mídia basta uma rápida olhada nos principais veículos de comunicação do Rio Grande do Norte.

Ali há uma figura central. José Maria Fernandes de Souza, aliado do senador Agripino Maia, aliado e laranja num canal de tevê que retransmite o sinal da Rede Record (é uma ilusão achar que quando a Record bate a Globo vai melhorar alguma coisa; são farinhas do mesmo saco).

Em Mossoró, importante cidade do estado e feudo da família Rosado, Rosalba Escóssia Ciarline Rosado, atual governadora do Rio Grande do Norte e filiada ao DEMO, tem o controle dos principais veículos de comunicação. A prefeita da cidade é Fátima Rosado, também filiada ao DEMO. Jogam nesse time Carlos Alberto de Sousa Rosado, deputado federal pelo DEMO, Ney Lopes de Sousa, ex-deputado federal do mesmo partido e o laranja por trás da RPC – Rede Potiguar de Comunicação/AM/FM. Deverá ser candidato ao Senado em 2014.

A figura em questão foi o mais entusiasmado dos relatores na Câmara que votaram pela extinção do monopólio estatal do petróleo, ou seja, queriam a Petrobras sob controle de empresas estrangeiras.

A posição de José Serra sobre a atual disputa dos royalties é conseqüência ou desdobramento desse e doutros fatos. A quadrilha age com um objetivo, tanto no Rio Grande do Norte, como em São Paulo e em todos os estados da Federação.

A TV Cabugi, que repete o sinal da Rede Globo é da família Alves, adversário de mentirinha dos Maias. O grupo tem sob seu controle também o jornal Tribuna do  Norte. O poderoso chefão era Aluísio Alves, ex-governador, já falecido e hoje o trono é ocupado pelo filho Henrique Alves filiado ao PMDB e provável futuro presidente da Câmara dos Deputados na política de alianças do PT. Garibaldi Alves, outro membro do clã/quadrilha dos Alves é hoje o ministro da Previdência.

A TV Ponta Negra, que repete o sinal do SBT, tem à frente a figura de Micarla de Sousa, atual prefeita de Natal, integra o partido de Marina da Silva, ou o ex-partido da ex-ambientalista, o PV (legenda de aluguel na maioria dos estados brasileiros). Herdou a rede do pai, Carlos Alberto de Sousa, ex-ARENA, ex PDS.  A rede envolve a TV e Rádio FM.

Os Rosados, em Mossoró, têm um canal de tevê, a TV Mossoró, a FM-93 e o jornal O Mossoroense.

Isso pode ser visto no comentário de João Maria Fernandes de Sousa no Blog do Nassif.

Alves e Maias são aliados, ao contrário do que acontecia antigamente quando disputavam o poder. Quadrilhas sempre concluem que é preferível a união para um melhor e maior saque ao butim.

Em 2010 Garibaldi Alves (PMDB) e José Agripino Maia (DEMO) fizeram um acordo e derrotaram Vilma de Faria, PSB, ex-governadora. Agripino e Garibaldi fizeram campanha para a mesma candidata ao governo, a atual chefe do Executivo, Rosalba Ciarlini e dividiam-se na campanha presidencial para garantir os “negócios”. Agripino ia para o palanque de José Serra e Garibaldi para o palanque de Dilma.

Ambos já firmaram compromisso de eleger o próximo prefeito de Natal. Provavelmente, Rogério Marinho, presidente do PSDB no RN, com o intuito de derrotar ou Vilma de Faria (PSB) ou Carlos Eduardo Alves (PDT), que rompeu politicamente com a família há muito tempo.

A afiliada da Rede Bandeirantes no Rio Grande do Norte é de propriedade do ex-senador e ex-governador Geraldo Melo. Os dois jornais mais importantes de Natal são Tribuna do Norte, da família Alves e o Novo Jornal. Este último consta como sendo do jornalista Cassiano Arruda, ligado ao senador Agripino Maia.

Um feudo que se repete em todos estados da Federação brasileira.

Quando FHC deu o golpe branco da reeleição – ele e Menem na Argentina –, Sérgio Motta, ministro das Comunicações e sócio do presidente em vários “negócios”, usou como moeda de troca com deputados e senadores para aprovar a emenda da reeleição, concessões de rádio e tevê. E dinheiro vivo é lógico. O inquérito está na Procuradoria Geral da República e até hoje não andou.

O escândalo da CONTROLAR – inspeção de veículos – em São Paulo e no Rio Grande do Norte é apenas uma ponta de uma teia de corrupção que mantém no poder elites podres e que não têm compromisso algum com o trabalhador, com o Brasil. com o conjunto de todos os brasileiros que não estejam entre os seus.

É na Minas Gerais de Aécio, no Espírito Santo de Hartung, em São Paulo dos tucanos e vai por aí afora. São poucos os governadores que escapam e quando escapam ou são alvo de campanhas de descrédito – como aconteceu com Brizola no Rio, Olívio Dutra no Rio Grande do Sul – ou cooptados, quando não montam quadrilhas rivais.

A mídia, o controle da informação é o caminho das pedras. É por aí que fazem a cabeça do brasileiro, que vendem suas mentiras e por trás dos cenários coloridos fazem os fantásticos negócios que criam u’a máquina estatal a serviço deles e de grandes banqueiros e corporações.

Esse tipo de situação não vai ser resolvido com eleições, é só entender o processo. Não tem saída dentro do mundo institucional, controlam os três poderes. A máquina? São eles que azeitam essa máquina para que funcione.

Quando um governador corrupto como Sérgio Cabral, ou um fantoche como Renato Casagrande saem em defesa de royalties para seus estados, como se isso fosse a sobrevivência dos mesmos, estão apenas defendendo interesses de empresas como a CHEVRON. Os royalties são fachada.

É a mídia é a pedra de toque. É ela quem traz um agente estrangeiro, William Waack, como revela e prova o WikiLeaks. É ela que em todas as suas dimensões molda o perfil do brasileiro e trata-o como Homer Simpson, ou seja, como idiota. É o que pensa e o que falou William Bonner.

É nas ruas que essa situação vai ser revertida. Com organização, direção e objetivos bem definidos. Do contrário, quando percebermos, estaremos caindo no abismo que trabalhadores de todo o mundo, inclusive nações como a Itália, a Espanha, a França, etc., estão caindo.

Ou sentindo os fogos não do ano novo, mas das bombas do terror sionista e norte-americano ao qual esses políticos e essas elites servem e do qual se beneficiam.

É a grande quadrilha e mesmo com o modelo falido vão saquear enquanto puderem, enquanto não reagirmos.

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