domingo, 11 de dezembro de 2011

Acabou a “revolução” na Rússia


11/12/2011, MK Bhadrakumar, Indian Punchline
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

John McCain
O senador John McCain deve ter-se sentido muito infeliz ao acordar ontem, sábado e ligar a televisão. Na véspera, recolhera-se certo de que Moscou estava em revolta, uma neo-Praça Tahrir! Até tuitara, diretamente para Vladimir Putin: Prezado Vlad, em Moscou: a #Primavera Árabe está chegando a uma praça próxima de você!” 
Falando sério: o Departamento de Estado está fazendo muito mal às elites políticas em Washington! 

As manifestações hoje, na Rússia, foram frustrantes para a mídia ocidental. Basta ver o que e quem o Guardian’s Live Update mostra.

A maior manifestação aconteceu em Moscou – 25 mil pessoas; em São Petersburgo, 7.000. Nas províncias, protestos insignificantes, com poucas dezenas ou centenas de manifestantes. O governo russo fez muito bem, deixando acontecer. Nada de “tendências autoritárias”.

Em resumo, acabô. Nada de “revolução” na Rússia. Os “votos de protestos” foram contabilizados a favor do Partido Comunista e bons comunistas não investem em barricadas de Facebook. 

Como alguém já disse, a revolução na Rússia já aconteceu há 20 anos, e ninguém tem qualquer interesse em derrubar a casa que tanto lhe custou construir, de lá até hoje, com muito sofrimento e perseverança. 

Os protestos só têm a ver com uma “correção de curso”.

O grande resultado é que os líderes russos aprenderam a conviver sem ansiedade com os barulhos da democracia.

Como disse o presidente Dmitry Medvedev, protestos, afinal, são “prova de democracia”.

Agora, senhores passageiros, apertem o cinto: Putin está decolando, para a campanha presidencial. 

*MK Bhadrakumar foi diplomata de carreira do Serviço Exterior da Índia. Prestou serviços na União Soviética, Coreia do Sul, Sri Lanka, Alemanha, Afeganistão, Paquistão, Uzbequistão e Turquia. É especialista em questões do Afeganistão e Paquistão e escreve sobre temas de energia e segurança para várias publicações, dentre as quais The Hindu, Asia Online e Indian Punchline. É o filho mais velho de MK Kumaran (1915–1994), famoso escritor, jornalista, tradutor e militante de Kerala.

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