Embaixada russa em Kiev sob ataque, possível ataque químico no leste hoje e situação no Iraque

14/6/2014, The Saker, The Vineyard of the Saker

Russian Embassy in Kiev under attack - possible chemical attack in the East tonight - situation in Iraq

Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

The Saker

Juan acaba de informar, por e-mail, que a Embaixada da Rússia em Kiev está sendo atacada por gangues de neonazistas. O ataque pode ser visto em:

Broadcast live streaming video on Ustream

e em:

Há também 90% de probabilidade de que aconteça ataque com gás tóxico em Novorossiya hoje à noite, durante a invasão e o incêndio na Embaixada da Rússia em Kiev, com a atenção de “O Mundo” focada em Kiev.

Devo acrescentar que minha “bem-amada” BBC só faz repetir as ameaças de Poroshenko depois que o Il-76 dos Ukies foi derrubado pelas Forças de Defesa de Novorossia.

E há também tudo que se vê nesse mapa abaixo [ótimo!] de atividades do ISIS.

Clique na imagem para aumentar

Apesar de eu não ter energia para acompanhar os eventos nos dois pontos, o que está acontecendo no Iraque está, sim, é muito divertido.

Considerem o seguinte: quando Tio Sam atacou o Iraque, a al-Qaeda basicamente nem existia ali (só nas prisões de Saddam). Agora, passada uma década de “construção de nação à moda EUA”, a franquia local da al-Qaeda controla completamente as cidades de Mosul, Falludjah, Tikrit, Ramadi e várias outras.

E hoje, anos depois da “missão cumprida” de Dábliu, temos Barack “não-a-gente-não-pode” Obama obrigado a decidir se leva de volta para lá os militares norte-americanos “oficiais” (os mercenários privados e “não oficiais” jamais saíram de lá), ou se fornece cobertura aérea para a Guarda Revolucionária Iraniana. Ou, quem sabe, bombardeia logo todo mundo?!

Sabe-se lá que plano idiota Obombarack e seus conselheiros podem ainda inventar? O que é certo é que a atual posição dos EUA é total desgraça para país que fantasia que seria superpotência. Façam as contas:

Líbano: Os EUA queriam ali um novo Oriente Médio. EUA FRACASSARAM.

Iraque: EUA queriam fazer um estado-cliente. EUA FRACASSARAM.

Afeganistão: EUA queriam eliminar os Talibã. EUA FRACASSARAM.

Paquistão: EUA queriam eliminar os Talibã. EUA FRACASSARAM.

Síria: EUA queriam derrubar o governo (‘mudar o regime’) de Assad. EUA FRACASSARAM.

Egito: EUA queriam fazer um estado-cliente. EUA FRACASSARAM.

Líbia: EUA queriam fazer um estado-cliente. EUA FRACASSARAM.

Chechênia: EUA queriam desestabilizar a Rússia e controlar o Cáucaso. EUA FRACASSARAM.

Georgia: EUA queriam desestabilizar a Rússia e controlar o Cáucaso. EUA FRACASSARAM.

Arábia Saudita: EUA queriam aliança com a Arábia Saudita que atropelasse a Síria. EUA FRACASSARAM.

Qatar: EUA queriam apoio do Qatar contra preços de petróleo e gás russos. EUA FRACASSARAM.

Iêmen: EUA queriam destruir a al-Qaeda. EUA FRACASSARAM.

Somália: 20 anos atrás, os EUA quiseram pôr a Somália sob controle deles. EUA FRACASSARAM.

E a lista prossegue e prossegue, por todo o planeta. Lembram que Obama disse que a Rússia não passava de “potência regional”? Acho que disse de inveja, porque os EUA não conseguem dar contra nem do México, imaginem se darão conta do Oriente Médio.

Esses exemplos mostram o quando os militares norte-americanos estão enfraquecidos e impotentes. Só têm capacidades para fazer um inferno de sangue em país pequeno; mas se se aceita que a guerra é buscar as mesmas coisas por meios específicos, então os militares norte-americanos tornaram-se basicamente inúteis, se não conseguiram garantir aos EUA um único de seus objetivos políticos já há tanto tempo, não menos de 20 anos e com certeza muito mais que isso.

Será interessante acompanhar os eventos e ver o que acontece no Iraque. É bastante possível que talvez o Irã tenha de resolver a coisa ali. Isso, por sua vez, terá impacto direto na guerra contra a Síria, impacto que, por sua vez, fortalecerá o Hezbollah, fortalecimento que reforçará a posição do Iraque. Há uma expressão em inglês, para a política exterior dos EUA: tem sido classificada como “um clusterf[uck” [1] e é exatamente o que é.

O que me leva a pensar como é possível que algum país europeu, qualquer um, possa acreditar seriamente que entregar a crise ucraniana para ser resolvida pelos EUA seria boa ideia?

O que terá de acontecer para acordar aqueles políticos comatosos da União Europeia?

Quanto aos europeus centrais, tipo Polônia, Lituânia, Romênia ou Bulgária – escolheram Tio Sam como patrono e venderam-lhe a alma por moedinhas de fundo de bolso (isso, sim, é apostar no cavalo errado). E por isso serão para sempre tratados com desprezo pelos vizinhos, tanto do Leste como do Oeste. E para esses que se venderam tão barato, vai ser muito difícil pagar. Sinceramente, não tenho pena deles. Como diz a sabedoria russa: “Lutaram tanto por isso, agora, não reclamem”.

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Nota dos tradutores

[1] Do Urban Dictionary, Clusterfuck (ing., aqui traduzido): Termo militar para operação na qual várias coisas deram errado. Relacionado por sinonímia com “STAFO” (Situação Tipo Absolutamente Fodeu Tudo” e “FO.FO.SCP” (Fodeu. Fodeu. Sem Conserto Possível) (Contribuição anônima, 18/10/2003).