domingo, 15 de junho de 2014

Sergey Lavrov: — Desenvolvimentos comprovam total fracasso da “aventura” de EUA-GB no Iraque

12/6/2014, RT, Moscou – Resumo da entrevista de Sergey Lavrov
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Sergey Lavrov - Ministro de Relações Exteriores da Rússia
“Os eventos no Iraque são resultado de ações dos EUA e Grã-Bretanha. E agora a situação escapou ao controle deles” – disse a jornalistas o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov.

“Já ouvi notícias de que o ministro britânico de Relações Exteriores teria dito que os eventos no Iraque seriam prova de que o terrorismo cresce na região por falta de reconciliação na Síria” – disse Lavrov.

“Todos conhecemos bem a capacidade insuperável de nossos colegas britânicos, para distorcer os fatos. Mesmo assim, não se esperava tanto cinismo, porque os eventos no Iraque são comprovação, isso sim, do completo fracasso da aventura iniciada por EUA e Grã-Bretanha, e que, agora, escapou completamente ao controle deles”.

“Manifestamos nossa solidariedade ao governo do Iraque, ao povo do Iraque, que terão de restaurar a paz e a segurança no país deles, mas as ações de nossos parceiros ocidentais levantam inúmeros problemas” – Lavrov continuou.

Lavrov lembrou que há 11 anos, o presidente dos EUA anunciou a vitória da democracia no Iraque; mas “a situação deteriorou-se, lá, em progressão geométrica”.

Segundo o ministro russo, “a própria unidade do Iraque está agora ameaçada. O terrorismo cresceu no Iraque, e continua a crescer, porque as tropas de ocupação não deram qualquer atenção aos processos políticos locais, do próprio Iraque, não promoveram nem estimularam o diálogo nacional, e só cuidaram dos próprios interesses imediatos”.

Forças governistas Curdas-Pashmerga patrulham com tropas e veículos blindados os 
arredores da cidade multiétnica de Kirkuk a apenas 1km das áreas controladas pelos 
terroristas da ISIS (12/6/2014) 
Na 2ª-feira à noite, os terroristas tomaram a cidade de Mosul – capital administrativa da província de Nineveh, no norte do país. Na 4ª-feira, as autoridades informaram a população que a cidade de Tikrit também havia sido tomada. Tikrit, cidade natal de Saddam Hussein, fica a apenas 150 km da capital Bagdá.

Sergey Lavrov também comentou os desenvolvimentos na Ucrânia. Disse que Moscou exige imediata investigação das denúncias de que as milícias golpistas pró-Kiev teriam usado tipos proibidos de armamentos.

“Muito nos preocupam as denúncias de que militares de Kiev teriam usado bombas incendiárias e outros tipos de armas proscritas. Essas denúncias têm de ser investigadas imediatamente” – disse o ministro russo.

Lavrov informou que o embaixador russo à ONU, Vitaly Churkin, “exigirá que a missão da Organização de Segurança e Cooperação da Europa (OSCE), que mantém observadores na Ucrânia, investigue as recentes denúncias de uso de armas proibidas, e prossiga na investigação sobre os massacres em Odessa dia 2 de maio; em Mariupol, dia 9 de maio; e sobre a violência em curso em Kramatorsk e Slavyansk, além de prosseguir na investigação sobre os atiradores mascarados que mataram manifestantes na praça Maidan, em fevereiro. Todas essas investigações devem ser levadas a cabo, para que se formalizem as acusações e os acusados possam ser julgados”

Edifício de apartamentos  em Slaviansk bombardeado pelo Governo de Kiev em 11/6/2014
“Sabemos que o Conselho Europeu está disposto a contribuir para a investigação das ações das autoridades de Kiev. Temos certeza de que é o melhor caminho a seguir” – destacou Lavrov.

A Rússia está também apresentando à ONU projeto de resolução sobre a Ucrânia, que segue o mapa do caminho já previamente proposto pela Organização de Segurança e Cooperação da Europa.

“Instruímos nosso enviado à ONU, para que apresente ao Conselho de Segurança aquele projeto de Resolução para a Ucrânia, porque muito nos preocupa a nenhuma ação para pôr fim à violência e às ações militares desde o início da operação de castigo coletivo em curso naquela região” – disse Lavrov.


Até o momento – Lavrov informou –, não há qualquer conversação sobre o envio à Ucrânia de soldados da paz, da ONU. Segundo Lavrov, “entendemos que a situação ainda não chegou àquele ponto. Ainda temos esperanças de que Poroshenko declare o fim das ações violentas e o início de negociações”. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Registre seus comentários com seu nome ou apelido. Não utilize o anonimato. Não serão permitidos comentários com "links" ou que contenham o símbolo @.