12/6/2014, RT, Moscou – Resumo
da entrevista de Sergey Lavrov
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Sergey Lavrov - Ministro de Relações Exteriores da Rússia |
“Os eventos
no Iraque são resultado de ações dos EUA e Grã-Bretanha. E agora a situação
escapou ao controle deles” – disse a jornalistas o ministro de Relações Exteriores
da Rússia, Sergey Lavrov.
“Já ouvi
notícias de que o ministro britânico de Relações Exteriores teria dito que os
eventos no Iraque seriam prova de que o terrorismo cresce na região por falta
de reconciliação na Síria” – disse Lavrov.
“Todos
conhecemos bem a capacidade insuperável de nossos colegas britânicos, para
distorcer os fatos. Mesmo assim, não se esperava tanto cinismo, porque os
eventos no Iraque são comprovação, isso sim, do completo fracasso da aventura
iniciada por EUA e Grã-Bretanha, e que, agora, escapou completamente ao
controle deles”.
“Manifestamos
nossa solidariedade ao governo do Iraque, ao povo do Iraque, que terão de
restaurar a paz e a segurança no país deles, mas as ações de nossos parceiros
ocidentais levantam inúmeros problemas” – Lavrov continuou.
Lavrov
lembrou que há 11 anos, o presidente dos EUA anunciou a vitória da democracia
no Iraque; mas “a situação deteriorou-se, lá, em progressão geométrica”.
Segundo o
ministro russo, “a própria unidade do Iraque está agora ameaçada. O terrorismo
cresceu no Iraque, e continua a crescer, porque as tropas de ocupação não deram
qualquer atenção aos processos políticos locais, do próprio Iraque, não
promoveram nem estimularam o diálogo nacional, e só cuidaram dos próprios
interesses imediatos”.
Forças governistas
Curdas-Pashmerga patrulham com tropas e veículos blindados os
arredores da
cidade multiétnica de Kirkuk a apenas 1km das áreas controladas pelos
terroristas
da ISIS (12/6/2014)
|
Na 2ª-feira
à noite, os terroristas tomaram a cidade de Mosul – capital administrativa da
província de Nineveh, no norte do país. Na 4ª-feira, as autoridades informaram
a população que a cidade de Tikrit também havia sido tomada. Tikrit, cidade
natal de Saddam Hussein, fica a apenas 150 km da capital Bagdá.
Sergey
Lavrov também comentou os desenvolvimentos na Ucrânia. Disse que Moscou exige
imediata investigação das denúncias de que as milícias golpistas pró-Kiev
teriam usado tipos proibidos de armamentos.
“Muito nos
preocupam as denúncias de que militares de Kiev teriam usado bombas
incendiárias e outros tipos de armas proscritas. Essas denúncias têm de ser
investigadas imediatamente” – disse o ministro russo.
Lavrov
informou que o embaixador russo à ONU, Vitaly Churkin, “exigirá que a missão da
Organização de Segurança e Cooperação da Europa (OSCE), que mantém observadores
na Ucrânia, investigue as recentes denúncias de uso de armas proibidas, e
prossiga na investigação sobre os massacres em Odessa dia 2 de maio; em
Mariupol, dia 9 de maio; e sobre a violência em curso em Kramatorsk e
Slavyansk, além de prosseguir na investigação sobre os atiradores mascarados
que mataram manifestantes na praça Maidan, em fevereiro. Todas essas
investigações devem ser levadas a cabo, para que se formalizem as acusações e
os acusados possam ser julgados”
Edifício de apartamentos em Slaviansk bombardeado pelo Governo de Kiev em 11/6/2014 |
“Sabemos que
o Conselho Europeu está disposto a contribuir para a investigação das ações das
autoridades de Kiev. Temos certeza de que é o melhor caminho a seguir” –
destacou Lavrov.
A Rússia
está também apresentando à ONU projeto de resolução sobre a Ucrânia, que segue
o mapa do caminho já previamente proposto pela Organização de Segurança e
Cooperação da Europa.
“Instruímos
nosso enviado à ONU, para que apresente ao Conselho de Segurança aquele projeto
de Resolução para a Ucrânia, porque muito nos preocupa a nenhuma ação para pôr
fim à violência e às ações militares desde o início da operação de castigo
coletivo em curso naquela região” – disse Lavrov.
Até o
momento – Lavrov informou –, não há qualquer conversação sobre o envio à
Ucrânia de soldados da paz, da ONU. Segundo Lavrov, “entendemos que a situação
ainda não chegou àquele ponto. Ainda temos esperanças de que Poroshenko declare
o fim das ações violentas e o início de negociações”.
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