domingo, 8 de junho de 2014

Sayyed Hassan Nasrallah, do Hezbollah:“Assad é parte inafastável de qualquer solução política na Síria


6/6/2014, Mohamed Salami, Discurso de Hassan Nasrallah, Al-Manar TV, Beirute
Resumo do discurso traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Sayyed Hassan Nasrallah
O secretário-geral do Hezbollah, Sua Eminência Sayyed Hassan Nasrallah, disse que as eleições presidenciais na Síria anunciam o fracasso da guerra internacional movida contra aquele país e confirmam que a intermediação do presidente Bashar al-Assad é indispensável para que se alcance qualquer solução política duradoura.

Sayyed Nasrallah falou durante a cerimônia em memória do presidente da Associação Islâmica de Educação e Ensino, Sheikh Mostafa Qassir. Enfatizou também que o governo sírio opôs firme resistência contra a pressão ocidental e insistiu em que se realizassem eleições presidenciais.

Com esse comparecimento massivo às urnas, os sírios respondera às extraordinárias pressões que os EUA e do ocidente em geral fizeram contra eles” – disse Sayyed Nasrallah. E continuou: – Em vez de insistir naquelas pressões que visavam a confiscar o desejo e o direito dos sírios, os EUA e o ocidente deveriam ter facilitado o processo para permitir que sírios votassem nas embaixadas em outros países.

Em alguns países lançaram-se até em fatwas takfiri, para impedir que cidadãos sírios participassem nas eleições de seu país.

A farsa tornou-se visível quando a coalizão contra Assad ameaçou a população síria com detonações de carros bombas durante as eleições. Mesmo assim os eleitores não se intimidaram e compareceram massivamente às urnas para votar.

Quanto à votação de sírios no Líbano, Sayyed Nasrallah disse que o comparecimento surpreendeu o Movimento 8 de Março, como também surpreendeu o Movimento 14 de março. Acrescentou que a acusação de que o Hezbollah estaria obrigando os sírios a votar ou que estaria arrastando eleitores para as urnas é acusação oca, sem qualquer comprovação.

Sayyed Nasrallah destacou que as eleições presidenciais na Síria confirmaram os seguintes pontos:

– Os milhões de eleitores sírios preservaram a integridade e a dignidade de seu país.

– O governo sírio continua perfeitamente capaz de gerir a solução dos problemas da vida pública e civil dos sírios

– Os sírios são perfeitamente capazes de decidir sobre o próprio destino, sem dar importância ao que desejem ‘potências’ estranhas e estrangeiras.

– A batalha não é entre o povo sírio e o governo da Síria. O massivo comparecimento dos eleitores sírios às urnas é grande vitória do presidente Bashar al-Assad e seu regime.

– Quem queira alcançar solução política na Síria não poderá ignorar os resultados dessas eleições presidenciais.

Bashar al Assd e esposa
Falando aos que disseram que as eleições sírias seriam ‘'uma farsa'’ e os que fizeram declarações com insultos contra o povo e o governo sírios depois de conhecido o resultado das eleições, Sayyed Nasrallah disse que insultos e acusações descabidas são como a confissão do fracasso político daqueles “críticos”.

Na Síria, qualquer solução política tem, necessariamente, de considerar o presidente Bashar Assad – Sayyed Nasrallah repetiu.

Para Sua Eminência, a solução política terá necessariamente de levar em conta os resultados das eleições presidenciais e pôr fim ao apoio militar que grupos militantes continuam a receber do exterior.

Não bastará classificar aqueles grupos como “terroristas” e incluí-los em “listas negras” – disse Nasrallah. – é indispensável também pôr fim ao apoio militar que aqueles terroristas recebem. Vários países da região já meteram os grupos militantes em suas ‘listas negras’, mas, mesmo assim, continuam a garantir apoio financeiro e logístico aos mesmos grupos terroristas.

Sayyed Nasrallah conclamou os grupos terroristas na Síria a reconhecer a derrota, sobretudo quando já se sabe que suas opções militares são limitadas, sem horizonte à frente.

Eleições presidenciais no Líbano

Sayyed Nasrallah conclamou todos os partidos políticos libaneses a envidar esforços para eleger novo presidente, mantendo-se afastados de desejos e interferências estranhas ao país.

Ao Movimento 14 de Março, Sayyed Hasan Nasrallah disse que:

Já que tanto acusam o duo xiita de desejar o vácuo político para alcançar uma modalidade de poder tripartido, vocês que desativem, de vez, o plano de eleger presidente. Por mais que neguemos essa acusação absolutamente sem fundamento, o pessoal do 14 de Março insiste sempre nessa conversa, sabendo que os franceses foram os primeiros a levantar essa questão em Teerã.
Jamais cogitamos ou desejamos qualquer partilha de poder em poder tripartido, nunca pedimos isso, nunca quisemos isso, nunca buscamos obter tal.

Sayyed Nasrallah disse também que os libaneses não devem esperar que iranianos e sauditas acertem todas as suas diferenças de posição sobre as eleições presidenciais no Líbano:

Os iranianos não impõem aos aliados as suas opções políticas, porque os iranianos respeitam os aliados” – disse Sua Eminência – e os sauditas estão preocupados com outros problemas regionais e têm reiterado que não interferirão nas eleições presidenciais libanesas.

Sayyed Nasrallah concluiu, dizendo que os próprios libaneses têm de comandar suas eleições presidenciais:

Além do desejo internacional de pacificar a situação no Líbano, todos os partidos políticos estão preocupados com preservar a segurança e a estabilidade no país. Trata-se, para começar, de pacificar a retórica política e excluir dela qualquer nota de incitamento sectário.

Sayyed Nasrallah também destacou a importância de o governo cuidar diretamente de acertar as condições de segurança no país.

Questões domésticas

Sua Eminência tratou também de outras questões domésticas: solicitou que o Parlamento aprove a lei que decide sobre as novas escalas de salário, para assegurar os próprios direitos a professores e empregados; e destacou a importância de pôr fim ao problema da Universidade Libanesa.

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