25/5/2012, Pepe Escobar,
Asia Times Online - THE ROVING EYE
Traduzido e informado pelo pessoal
da Vila Vudu
Ver também:
15/3/2011,“Como
os anos 80s programaram os EUA (e o mundo) para a
guerra”
Pelo Twitter da Vila Vudu @VilaVudu, ontem:
Só prá
avisá que liberô geral: EUA vazô informação secreta prá Hollywood: “WH leaks for
propaganda film” e hackeou sites no Iêmen: “Clinton:
U.S. hacked Yemeni al-Qaeda sites”
Pepe Escobar |
Acordo
nuclear com o Irã? Retirada organizada do Afeganistão? A Eurozona arranjando
pelo menos um pouco de fôlego? Petróleo a preços estáveis? Esqueçam. O eleitor
estrangeiro crucialmente decisivo para Obama II na Casa Branca é Osama bin
Laden. Chame de “para vencer, Obama dá um trato na estratégia Osama”.
Não
surpreende que a estratégia para vencer tenha sido terceirizada para o
combo Hollywood /Pentagon.
Washington perdeu a Guerra do Vietnã, mas nas telas, venceu. A dona do Oscar,
Kathryn (Hurt Locker/Guerra ao Terror) Bigelow já começou o processo de
“vencer” a Guerra do Iraque nas telas – moralmente, que seja. Agora é hora de um
novo projeto – outro filme, ainda sem título – sobre o raid “Pegue
Osama”, em Abbottabad, em maio de 2011, e os eventos que levaram até o
raid. Estrelando, POTUS (President of the US), como herói
de seu próprio filme de ação.
Dê o
fora, Homem Aranha!
Na
essência, será um multimilionário spot de campanha eleitoral à moda
Hollywood, de 90 minutos, que se verá em todas as telas dos EUA, vendendo Obama
como o machão comandante-em-chefe que George W Bush sempre sonhou ser. É o mesmo
modus operandi do recente Battleship [1] -- que
não passa de comercial de recrutamento para a Marinha dos EUA, super berrado.
A organização de defesa do
interesse público Judicial
Watch,
[2] com
sede em Washington-DC, acaba de revelar vários documentos – 153 páginas de
registros do Pentágono; 110 páginas de registros da CIA – apresentados como “tão
difíceis de arrancar das mãos do governo Obama quanto comprar um bilhete
premiado na lojinha de doces local”. A Judicial Watch precisou de nada menos
que nove meses e um processo federal, para obrigar o governo Obama a mostrar os
documentos.
Os
documentos detalham o processo pelo qual Bigelow e seu roteirista Mark Boal
converteram-se em darlings de ambos, do Pentágono e da CIA. E ganharam
acesso privilegiado ao “estrategista, planejador, operador e comandante do
Team Six dos SEAL” – a super top equipe de Forças Especiais que
(sim, segundo alguns; não, segundo milhões em todo o mundo) assassinou Bin Laden
num raid contra o prédio onde vivia em Abbottabad no
Paquistão , há um ano.
O
ataque em si é descrito como “ ‘Corajosa Decisão’ de ‘POTUS’ ”, para o qual “foi
crucial o envolvimento de WH [White House/Casa Branca].”
Bigelow
e Boal tiveram acesso, até, ao “cofre” – o bunker da CIA onde aconteceu
parte do planejamento tático decisivo para o raid.
Quanto
a fotos e vídeos que provariam – acima de qualquer suspeita razoável – que o
assassinado foi, mesmo, Bin Laden, Judicial Watch foi impiedosamente
segregada. Para o governo Obama, é assunto de segurança nacional.
O que interessa é que tudo é super
cool na operação Obama-Homem Aranha: com perfeito timing, o super
comercial estará ao vivo nas salas de cinemas de todo o território dos EUA, dia
12 de outubro. Será a maior não-surpresa de outubro [3].
Notas dos
tradutores
[1]
No
Brasil, Battleship – Batalha dos Mares; em Portugal,
Battleship – Batalha Naval (2012). Trailer a seguir:
[2] 22/5/2012, Judicial
Watch.
[3]
Orig. “October non surprise”. A expressão “October
Surprise” [surpresa de outubro] é do jargão político dos EUA. Aplica-se
a artifícios de campanha eleitoral, cronometrados para acontecer em outubro e
influenciar o resultado das eleições.
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