3/5/2012, Xinhuanet,
Pequim
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
O pacto de parceria estratégica
firmado entre os EUA e o Afeganistão durante a visita secreta do presidente
Barack Obama àquele país da Ásia Central na 3ª-feira (1º de maio) está sendo
interpretado como o início de novo capítulo nas relações EUA-Afeganistão e como
medida para pavimentar o caminho para que os militares dos EUA permaneçam na
Ásia Central depois da retirada das tropas da OTAN em 2014.
A visita de Obama, no aniversário
da morte de Osama bin Laden, também pode ser interpretada como um sinal de que
os EUA desejam confirmar, para o resto do mundo, que continuam empenhados em
combater o terrorismo.
Obama e Karzai celebram tratado no aniversário da morte de Bin Laden |
Mas, dados os graves desafios que
EUA e seus aliados ainda enfrentam no Afeganistão, há longo caminho a percorrer,
antes que se vejam avanços na situação de segurança naquele país. Verificar se
os EUA poderão trabalhar com o lado afegão para estabilizar o país depois da
retirada da OTAN será um teste para a estratégia e a credibilidade dos EUA na
região.
A coalizão de forças lideradas
pelos EUA derrubou do poder o regime Talibã no final de 2001 e desde a década
passada tenta erradicar de lá o grupo “terrorista”. Mas os militantes Talibã
atacam as forças afegãs e da OTAN praticamente todos os dias.
Aquele pacto criticamente
importante foi firmado apenas dois dias depois de os militantes Talibã terem
lançado sua nova ofensiva de primavera em Kabul e em três outras cidades, dia 15
de abril. Os vários ataques coordenados deixaram 48 mortos, inclusive 36
atacantes, e 65 feridos, inclusive 25 civis.
Militantes Talibãs |
Essa mais recente ofensiva dos
Talibã reacendeu preocupações de que, depois de 10 anos de operações militares
no Afeganistão as forças da OTAN lideradas pelos EUA ainda não tenham conseguido
acertar qualquer golpe incapacitante contra o grupo “terrorista”. Os Talibã
afegãos ainda conservam a capacidade para atacar a qualquer momento, infligindo
pesadas baixas ao povo afegão. E há também abundantes evidências de que as
operações dos Talibã tornam-se cada vez mais secretas e imprevisíveis.
Simultaneamente, os crimes e
infrações cometidos por soldados norte-americanos no Afeganistão erodiram a
credibilidade dos EUA no país e inflaram sentimentos antiamericanos, o que torna
cada vez mais difícil para o governo afegão qualquer cooperação com a
OTAN.
Tropas invasoras dos EUA enfrentam os Talibãs |
Cerca de 130 mil soldados
coordenados pela OTAN, entre os quais cerca de 90 mil soldados norte-americanos,
devem deixar o Afeganistão até o final de 2014.
A assinatura do tratado de
parceria estratégica com o Afeganistão é apenas o primeiro passo numa nova etapa
da estratégia dos EUA para a região. Mas, para evitar que o Afeganistão seja
deixado para trás ainda mergulhado em terrível confusão e em pleno caos, os EUA
devem concentrar-se em reparar as brechas na segurança e buscar uma transição
suave que leve à retirada das forças da OTAN.
Ilustrações colhidas na internet pela
redecastorphoto
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