quarta-feira, 30 de maio de 2012

A casa que Fox TV construiu: Anonymous, espetáculo e ciclos de amplificação (3/3)


(a ser publicado no periódico peer-reviewed Television and New Media

11/5/2012, Whitney Phillips, Scholars Bank, University of Oregon - 3a. Parte

Leia também (e se possível antes):
24/5/2012, 1ª. Parte (1/3) do ensaio
25/5/2012, 2ª. Parte (2/3) do ensaio


Cientistas do concreto

A colusão entre trolls e veículos da grande empresa-imprensa cultiva um conjunto de tropos linguísticos e comportamentais, os quais, por sua vez, exigem e cultivam um estilo específico de trollagem. Exigem, porque esses tropos demarcam exatamente quem e exatamente o quê se qualifica como trolls/trollagem; e cultivam, porque contextualizam e reconfiguram os significados de comportamentos e conteúdos emergentes – um processo que se alinha com o relato de Dick Hebdige de como se desenvolve o estilo subcultura, sobretudo mediante a colagem [orig. bricolage].

A colagem descrita como a “ciência do concreto” (1979: 103), o bricoleur é o cientista do concreto: reúne e reconfigura artefatos socialmente significantes; depois reanima a própria criação com significado(s) novo(s).

No 4chan, a “junção explosiva” de coisas que antes permaneciam desconectadas e coisas (que-)sóaquiestãoconectadas (Hebdige 1979: 103) é acelerada pelas estruturas materiais do próprio 4chan. Especificamente, o 4chan é efêmero; os painéis só podem conter tanta informação porque vão apagando dados antigos, para abrir espaço para novo conteúdo. Resultado disso, poucas threads/”Assunto” permanecem na página por mais de poucos minutos; e as que chegam às manchetes da página desaparecem em, no máximo, uma hora. Mas o conteúdo que “cola”, se número suficiente de usuários aderem a um determinado fragmento de conteúdo, seja porque respondem seja porque repassam, esse será incluído no léxico da subcultura. Em outras palavras, tornar-se-á um meme.

A definição do termo meme é: fonte de alguma discussão. Muitos teóricos, entre os quais Henry Jenkins, insistem que a teoria memética, frequentemente descrita em termos de infecção viral, traz um modelo de transmissão não deliberada; e, por isso, mina a intervenção individual (2009). Simpatizo com os interesses de Jenkins e, como ele, também resisto à ideia de que os públicos sejam pouco mais que “veículos transmissores” passivos do conteúdo distribuído pela empresa-imprensa jornalístico-comercial.

Isso posto, dentro do contexto da cultura da trollagem, “meme” tem conotação muito mais ativa. Para os trolls, os memes estão coerentemente articulados num sistema holístico de significado subcultural: os memes só fazem sentido em relação a outros memes. Para que os usuários não se percam nessas mutáveis areias subculturais, todos contam com que todos reconhecerão e replicarão memes específicos e famílias de memes, ao mesmo tempo em que se manterão em dia com os temas do programa de Jones [1] (ou mais apropriadamente com o 4chan). Reconhecer um meme, remixar um meme, citar um meme – essas ações estabelecem um conjunto de fronteiras da subcultura, garantindo assim um “todo significativo” no qual outros significantes podem articular-se coerentemente (Hebdige 1979: 103, 113).

No espaço de trollagem [orig. trollspace], aqueles signos aparentemente caóticos – manifestos em língua ou mediante artefatos – fazem muito. No contexto da trollagem, eles constroem mundos.


Over 9000 Penises [Mais de 9.000 Pênis], supermeme que teve estrondoso sucesso e foi muito celebrado, ilustra o processo pelo qual se constroem os mundos e oferece exemplo “de manual” da relação de amplificação que há entre os trolls e a imprensa-empresa-comercial jornalística. Não apenas ilustra o modo como se constroem os espaços de trollagem; também ilumina os tipos de mundos que os trolls tendem a criar.

Afinal, os trolls não oferecem conteúdo gerado ex-nihilo; são “vingadores” culturais que extraem nutrição-diversão do que já existe. E na maior parte das vezes, o que já existe passou, antes, pelo filtro da imprensa-empresa-comercial jornalística. A relação entre a trollagem e a chamada “mídia”, assim, não apenas não surpreende; ela, de fato, aproxima-se de uma relação definicional – e nos obriga a repensar, não só o modo como vemos os trolls, mas, também, o modo como vemos a própria imprensa-empresa-comercial jornalística.

Nossa análise começa com o Pedobear [lit. Ursinho Pedô], uma das imagens que mais longa vida tiveram no fórum /b/. Inspirada no “Safety Bear” [Ursinho de Segurança], usada no Japão para marcar os desenhos animados (anime) impróprios para crianças, a imagem-contraparte que surgiu nos EUA é figura muito mais ambígua (“Pedobear” 2011). Às vezes babando, às vezes suando, às vezes portando um sombrero ou as palavras “DO WANT” [quero (muito)], o Pedobear está sempre caçando/procurando alguma coisa. Só quando se entende o quê, precisamente, ele caça/procura, a forma ganha novo significado – “Pedo” é forma encurtada de “pedófilo”, o que faz do Pedobear o mascote não oficial da pornografia infantil [ing. child pornography, “CP” no mundo da trollagem].


Isso não implica dizer que o Pedobear represente interesse ou apoio na vida real, à exploração infantil. A imagem é praticamente sempre usada com sarcasmo, como crítica implícita a aparente predileção que outros anons manifestem por meninas ou mulheres muito jovens; ou em relação a algum outro meme; muitas vezes em relação ao meme-cluster que cerca “To Catch a Predator”, de Dateline, e seu anfitrião, Chris Hansen.

A imagem do Pedobear às vezes, sim, acompanha pornografia infantil e às vezes destaca ou, mesmo, celebra ativamente imagens sexualizadas de crianças. Mesmo nesse território escorregadio, contudo, uma vez que é muitas vezes usada como isca que uns trolls lançam contra outros – a pornografia infantil é dos poucos temas suficientemente chocantes para incomodar até os trolls mais “casca grossa”. Consequentemente, a apesar do fato de que postar pornografia infantil no 4chan é crime punido com expulsão (se os administradores da página encontram pornografia infantil, seja do tipo que for, o endereço IP [dez dígitos] do postador é rastreado, e o anon é expulso para sempre), postar pornografia infantil ou, como quase sempre acontece, a ameaça de postar esse tipo de material, ou fazer piadas sobre postar pornografia infantil – ameaças que sempre vêm acompanhadas da imagem do Pedobear – tornaram-se, elas próprias, um meme.

O primeiro componente é a expressão “mais de 9.000” [orig. over 9000], valor numérico arbitrário, tirado de DragonBallZ, uma série de mangás muito popular. Originalmente lançada no Japão em 1989, DragonBallZ fez sucesso na televisão dos EUA em 1996 e tornou-se ícone cultural para uma geração de fãs de anime e de videogames. Num episódio, os vilões Vegeta e Nappa preparam-se para enfrentar um herói de nome Goku; consultam seus scouter, aparelho que afere o nível de poder do adversário. Nappa pergunta o que o scouter indicou sobre níveis, e Vegeta responde num grunhido: “It’s over nine THOUSAAAAAND” [Acima de nove miiiiiiiiil] e, ato seguinte, esmaga o scouter, com a mão (“9000!!” 2006).

Alguém postou o clip no fórum /b/. Talvez pela nostalgia, talvez porque “mais de 9.000” fosse tradução errada de “mais de 8.000”, o que gerou muita discussão (e muita trollagem), talvez porque moot implantou, logo depois, um filtro que trocava todas as ocorrências do número 7, para “Mais de 9.000”, os Anonymous adotaram “Mais de 9.000” como resposta-padrão para qualquer pergunta que envolvesse valor numérico.

O segundo componente do meme é muito mais direto. Em setembro de 2008, algum anon decidiu trollar as páginas de mensagens de Oprah, apresentando-se lá como pedófilo. Oprah, que passara toda a semana advogando a favor de leis para impedir a busca online de crianças para exploração sexual, foi informada sobre aquele postado e decidiu divulgar a mensagem do anon. “Permitam que eu leia algo que foi postado em nossa página” – começou ela, em tom grave – “por alguém que se diz membro de uma conhecida rede de pedófilos. Diz que não perdoa e que não esquece. O grupo reúne mais de 9.000 pênis e todos estão... estuprando... criancinhas” (“Oprah OVER 9000 PENISES” 2008).

Em menos de uma hora, um segundo anon baixou o comentário de Oprah, como se fosse ato inadvertido de interação com o Anonymous Credo, e aplicou sobre o clip um vídeo de som, com o Pedobear, Oprah, personagens de DragonBallZ e Chris Hansen (“Pedobear remix” 2008). Para a comunidade troll, foi vitória total, absoluta, completa. Na edição de 2008 da Encyclopedia Dramatica, o verbete “Oprah Winfrey” era foto de Oprah sentada com um monstro de ar dissimulado. Usando o popular meme “[substantivo] [adjetivo] é [substantivo]”, a foto levava, como título: “Sucesso troll é sucesso” [orig. “Successful troll is successful”] (2008).

Mas por quê? O quê, exatamente, foi sucesso, na operação “Mais de 9.000 pênis?” É extremamente bem sucedido, em primeiro lugar, pelo apelo transgressor. Não é acaso que os trolls tenham dedicado esse fórum a essa questão, nem é insignificante que o lulz resultante tenha durado tanto tempo depois de terminado o raid [ataque] inicial. Os trolls não teriam gostado, ou não teriam gostado tanto, se a questão não fosse tão absolutamente sensível, para tanta gente. De fato, a exploração infantil, sobretudo quando tenha traços sexuais, é dos poucos tabus idênticos para, praticamente, todos os pontos de vista do espectro político. Resultado disso, seja no 4chan ou fora de lá, a pedofilia (sejam referências sejam ameaças) é das ferramentas mais exploráveis de todo o arsenal dos trolls. Que a “piada” tenha chegado até o show de Oprah Winfrey foi irresistivelmente divertido para os trolls participantes.

E ainda muito mais divertido foi o status de Cavalo de Troia subcultural que o meme provou que tinha. Simplesmente por enunciar a expressão “mais de 9.000 pênis”, e poderia ter dito “mais de 9.000” qualquer coisa, Oprah demarcou o território dos trolls.

Qualquer um, por mais remotamente conectado ao 4chan (ou à cultura online de modo geral) que fosse, imediatamente soube que a trollagem avançara até lá, e, melhor ainda: que a própria Oprah era agora um peão, no jogo dos trolls. Tudo isso aumentou a visibilidade online dos trolls, acrescentando ainda mais infâmia a um enxame já infame; e operou como catalisador para mais inventividade memética.

Bricolage: Ciclos de amplificação e espetáculo

Além de valer como exemplo “de manual” do modo como os trolls e a empresa-imprensa-comercial jornalística alimentam-se e realimentam-se continuamente; além de ser caso exemplar de como as intervenções da empresa-imprensa-comercial jornalística geram cada vez sempre mais base de alavancagem para novas ações da subcultura, a operação “Mais de 9.000 Pênis” expõe as semelhanças retóricas e comportamentais que há entre a trollagem e a empresa-imprensa comercial jornalística. Dessas, a que mais salta à vista é a busca incansável, de sucesso.

Para os trolls, “Mais de 9.000 Pênis” foi sucesso, porque detectou e explorou um tropo cultural particularmente sensível e, no processo, gerou grande quantidade de lulz. Mas os trolls não foram os únicos que tiveram sucesso: o sucesso do ataque de trollagem fala muito, também, do sucesso dos produtores de Oprah. Os objetivos divergiam bastante, dado que Oprah falava a um público simpático e horrorizado, e os trolls falavam só a um público horrorizado, mas os meios pelos quais os objetivos dos dois lados foram plenamente alcançados eram, de fato, exatamente os mesmos, idênticos.

Ambos, os trolls e a produção de Oprah tocaram o coração do público, usaram linguagem supercarregada de emoção e exploraram com perfeição o ângulo do interesse humano. E o mais significativo de tudo, para essa análise: ambos, Oprah e os trolls, tinham algo a ganhar, do incômodo (da dor, do sofrimento, da ansiedade) que causavam ao público.


A evidente superposição de Oprah & trolls não é surpresa. Os trolls frequentemente entram numa forma complicada de jogo de sombras ideológicas, com os mesmos que eles procuram explorar, sobretudo no relacionamento com a chamada “mídia dominante” (as grandes empresas-imprensa-comercial jornalísticas), o que dá novos significados à expressão “passar a perna”, “enganar”, “ludibriar com esperteza” (ing. outfoxed).

Como os veículos da “grande” mídia comercial, os trolls vão aonde está a notícia; como os veículos da “grande” mídia comercial, os trolls gostam de sensacionalismo e hipérboles. Em resumo, ambos, os trolls e a empresa-imprensa-comercial jornalística vivem mergulhados no espetáculo – o processo mediante o qual se fundem dinheiro & negócios e entretenimento (Kellner 2003).

Evidentemente, o que um lado entende como dinheiro & negócios diverge do que, para o outro lado equivale a dinheiro & negócios. Mais basicamente, a empresa-imprensa comercial jornalística vive investida nos movimentos do capital. Os trolls vivem investidos nos movimentos do lulz. Mas para alcançar esses objetivos declarados – os trolls, aliás, descrevem a eterna busca por mais e mais lulz, como “negócio sério” [ing. serious business] – os dois campos têm de provocar o maior impacto possível. Têm de envolver um público; têm de “fidelizar” a atenção desse público; têm de manter o público sempre atento e interessado. A relação entre trolls e a “mídia”, em outras palavras não é de oposição diametral.

Biella Coleman
Diferente da dinâmica que Gabriella (Biella) Coleman sugere em sua fascinante análise da Igreja da Cientologia e dos Anonymous pós-Chanologia, na qual propõe que o ethos e as táticas dos segundos são inversão direta do ethos e das táticas dos primeiros (2010), os trolls e a grande empresa-imprensa-comercial jornalística são, de fato, homólogos. Os dois lados têm comportamento idêntico, para objetivos divergentes.

Fica-se tentada a sugerir que a empresa-imprensa comercial jornalística não passa de grande instituição de trollagem, ou que, pelo menos, algumas personalidades “midiáticas” são, pessoalmente, trolls. Mas seria reduzir o problema, porque a trollagem, especialmente a trollagem associada ao 4chan e aos primeiros Anonymous, quer ser identificada como subcultura. Os trolls são gente que age como troll, fala como troll e trolla como troll, porque optaram por essa identidade.

Mas posso sugerir que os trolls tem muito mais em comum com a “mídia”, ou talvez, mais apropriadamente, que a “mídia” tem muito mais em comum com os trolls, do que seus apoiadores e defensores empresariais, ou que seus consumidores, aceitariam admitir.

Em termos do engajamento com a “mídia”, e baseada nas acentuadas semelhanças entre as ações de trollagem e as práticas das empresas-imprensa comerciais de jornalismo sensacionalista [2], posso dizer que os trolls agem e pressionam a cultura, não porque desafiem diretamente a cultura dominante, mas porque incorporam a cultura dominante, explorando, sobretudo, o imperativo sensacionalista que mantém altos os níveis de venda de publicidade comercial.

Nesse sentido, a trollagem ecoa o détournement como descrito por Guy Débord e Gil Wolman. Segundo Débord e Wolman, o détournement [3], que pode ser traduzido livremente como “sequestro” ou “captura” [também “recombinação”], ocorre quando objetos culturais são recontextualizados, o que torna um dado objeto cultural carregado de novo significado subversivo. Há captura ‘menor’, quando objetos neutros são alinhados, o que reconfigura o significado de cada um deles; e há captura em grande escala subversiva, quando se ressignificam objetos culturais já significantes. O Colbert Report, que afeta o neoconservadorismo para miná-lo, é exemplo do segundo caso; uma imagem tratada em Photoshop, de um gato montado num cachorro, pode ser exemplo do primeiro caso.

Seja a captura “menor”, seja em grande escala subversiva, as duas formas de captura ou de recombinação desafiam ou, no mínimo, remixam ideias dominantes mediante captura criativa ou, em alguns casos, mediante apropriação “absurdista” (Débord and Wolman, 1956). Mais interessante para esse estudo, os objetos podem ser “recombinados” pela cópia, pela sátira, pela reprodução, cujo efeito é “reforçar o significado real de um elemento original” (Jappe 1999: 59). Nesses casos, um objeto – uma frase bem conhecida de obra literária, um fotograma de filme, um fragmento de noticiário – é posto em contexto opositivo e tratado por ironia, o que faz com que o objeto se autodenuncie.

A trollagem, que é simultaneamente cópia e sátira, repetição & sarro, que usa tropos dominantes para “responder” a instituições dominantes, é caso exemplar de “recombinação”. Os trolls trollam a rede Fox News de televisão, atuando como atua a rede Fox News; e trollam Oprah Winfrey atuando como atua Oprah Winfrey. E rolam de rir, quando seus alvos escolhidos inadvertidamente, põem-se a atacar a imagem especular deles mesmos.

Sejam os trolls motivados por preocupações políticas, ou não; tenham ou não o objetivo de desafiar ou desmascarar a ideologia dominante, seus comportamentos e sua linguagem recombinam tropos existentes e, assim, deixam ver a fonte daqueles tropos – fonte, pelo menos, indireta.

Criticar os trolls e a trollagem sem considerar a relação de homologia que há entre eles e a cultura dominante – nesse caso, entre os trolls e a trollagem e a imprensa-empresa-comercial jornalística que alimenta os trolls, é, portanto, equivalente a “denunciar” os defeitos e “erros” de uma imagem, não do objeto refletido.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (em inglês) estão no ensaio original.
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Notas dos tradutores

[1] The Alex Jones Show é um programa de rádio.

[2]No Brasil-2012, o argumento aplica-se também, e, talvez, sobretudo, à chamada “imprensa séria”, reunida no Grupo GAFE (Globo-Abril-FSP-Estadão), mas ativa também fora desse grupo. O Grupo GAFE vive hoje (de fato, vive assim desde a primeira eleição do presidente Lula) da prática de sensacionalismo o mais alucinado, mascarado como se fosse alguma preocupação “ética”, algum interesse em “transparência”, ou com a “defesa da natureza”, ou com alguma defesa dos princípios de justiça e democracia civilizadas. E não se pode dizer, sequer, que as empresas do Grupo GAFE sejam instituições de trollagem, porque o lulz é anárquico e portanto, por definição, é progressista, e as empresas do Grupo GAFE são (historicamente) doentiamente conservadoras, quando não são, mesmo, ativamente atrasistas e fascistizantes.]

[3] Guia Prático para o Desvio/Guia Prático para a Deturnação/Guia Prático para a Recombinação, publicado no jornal surrealista belga Les Lèvres Nues #8 (maio de 1956). Pode ser lido, numa tradução de Portugal. Sobre o Guia, leia também comentários interessantes, em português.

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