(a ser publicado no periódico peer-reviewed Television and New
Media)
11/5/2012, Whitney Phillips, Scholars Bank, University of Oregon - 3a. Parte
“The House That Fox Built:
Anonymous, Spectacle and Cycles of Amplification”
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Leia também (e se possível
antes):
24/5/2012, 1ª. Parte (1/3) do
ensaio
25/5/2012, 2ª.
Parte (2/3) do ensaio
Cientistas
do concreto
A
colusão entre trolls e veículos da
grande empresa-imprensa cultiva um conjunto de tropos linguísticos e comportamentais,
os quais, por sua vez, exigem e cultivam um estilo específico de trollagem. Exigem, porque esses tropos demarcam exatamente quem e
exatamente o quê se qualifica como trolls/trollagem; e cultivam, porque
contextualizam e reconfiguram os significados de comportamentos e conteúdos
emergentes – um processo que se alinha com o relato de Dick Hebdige de como se
desenvolve o estilo subcultura, sobretudo mediante a colagem [orig.
bricolage].
A
colagem descrita como a “ciência do concreto” (1979: 103), o bricoleur é
o cientista do concreto: reúne e reconfigura artefatos socialmente
significantes; depois reanima a própria criação com significado(s) novo(s).
No
4chan, a “junção explosiva” de coisas
que antes permaneciam desconectadas e coisas (que-)sóaquiestãoconectadas
(Hebdige 1979: 103) é acelerada pelas estruturas materiais do próprio 4chan. Especificamente, o 4chan é efêmero; os painéis só podem
conter tanta informação porque vão apagando dados antigos, para abrir espaço
para novo conteúdo. Resultado disso, poucas threads/”Assunto” permanecem
na página por mais de poucos minutos; e as que chegam às manchetes da página
desaparecem em, no máximo, uma hora. Mas o conteúdo que “cola”, se número
suficiente de usuários aderem a um determinado fragmento de conteúdo, seja
porque respondem seja porque repassam, esse será incluído no léxico da
subcultura. Em outras palavras, tornar-se-á um meme.
A
definição do termo meme é: fonte de alguma discussão. Muitos teóricos,
entre os quais Henry Jenkins, insistem que a teoria memética, frequentemente
descrita em termos de infecção viral, traz um modelo de transmissão não
deliberada; e, por isso, mina a intervenção individual (2009). Simpatizo com os
interesses de Jenkins e, como ele, também resisto à ideia de que os públicos
sejam pouco mais que “veículos transmissores” passivos do conteúdo distribuído
pela empresa-imprensa jornalístico-comercial.
Isso posto, dentro do contexto da
cultura da trollagem, “meme” tem conotação muito mais ativa.
Para os trolls, os memes estão coerentemente articulados
num sistema holístico de significado subcultural: os memes só fazem sentido em relação a
outros memes. Para que os usuários
não se percam nessas mutáveis areias subculturais, todos contam com que todos
reconhecerão e replicarão memes
específicos e famílias de memes, ao
mesmo tempo em que se manterão em dia com os temas do programa de Jones
[1] (ou mais apropriadamente com o 4chan). Reconhecer um meme, remixar um meme, citar um meme – essas ações estabelecem um
conjunto de fronteiras da subcultura, garantindo assim um “todo significativo”
no qual outros significantes podem articular-se coerentemente (Hebdige 1979:
103, 113).
No
espaço de trollagem
[orig. trollspace], aqueles signos aparentemente caóticos – manifestos em
língua ou mediante artefatos – fazem muito. No contexto da trollagem, eles constroem mundos.
Over
9000 Penises [Mais
de 9.000 Pênis], supermeme que teve
estrondoso sucesso e foi muito celebrado, ilustra o processo pelo qual se
constroem os mundos e oferece exemplo “de manual” da relação de amplificação que
há entre os trolls e a
imprensa-empresa-comercial jornalística. Não apenas ilustra o modo como se
constroem os espaços de trollagem;
também ilumina os tipos de mundos que os trolls tendem a criar.
Afinal,
os trolls não oferecem conteúdo
gerado ex-nihilo; são “vingadores” culturais que extraem
nutrição-diversão do que já existe. E na maior parte das vezes, o que já existe
passou, antes, pelo filtro da imprensa-empresa-comercial jornalística. A relação
entre a trollagem e a chamada
“mídia”, assim, não apenas não surpreende; ela, de fato, aproxima-se de uma
relação definicional – e nos obriga a repensar, não só o modo como vemos os trolls, mas, também, o modo como vemos a
própria imprensa-empresa-comercial jornalística.
Nossa
análise começa com o Pedobear [lit. Ursinho Pedô], uma das imagens que
mais longa vida tiveram no fórum /b/. Inspirada no “Safety Bear” [Ursinho de Segurança],
usada no Japão para marcar os desenhos animados (anime) impróprios para
crianças, a imagem-contraparte que surgiu nos EUA é figura muito mais ambígua
(“Pedobear” 2011). Às vezes babando,
às vezes suando, às vezes portando um sombrero ou as palavras “DO WANT” [quero (muito)], o Pedobear está sempre caçando/procurando
alguma coisa. Só quando se entende o quê, precisamente, ele caça/procura, a
forma ganha novo significado – “Pedo” é forma encurtada de “pedófilo”, o que faz
do Pedobear o mascote não oficial da
pornografia infantil [ing. child pornography, “CP” no mundo da trollagem].
Isso
não implica dizer que o Pedobear
represente interesse ou apoio na vida real, à exploração infantil. A imagem é
praticamente sempre usada com sarcasmo, como crítica implícita a aparente
predileção que outros anons
manifestem por meninas ou mulheres muito jovens; ou em relação a algum outro meme; muitas vezes em relação ao meme-cluster que cerca “To Catch a Predator”, de Dateline, e seu
anfitrião, Chris Hansen.
A
imagem do Pedobear às vezes, sim,
acompanha pornografia infantil e às vezes destaca ou, mesmo, celebra ativamente
imagens sexualizadas de crianças. Mesmo nesse território escorregadio, contudo,
uma vez que é muitas vezes usada como isca que uns trolls lançam contra outros – a
pornografia infantil é dos poucos temas suficientemente chocantes para incomodar
até os trolls mais “casca grossa”.
Consequentemente, a apesar do fato de que postar pornografia infantil no 4chan é crime punido com expulsão (se os
administradores da página encontram pornografia infantil, seja do tipo que for,
o endereço IP [dez dígitos] do postador é rastreado, e o anon é expulso para sempre), postar
pornografia infantil ou, como quase sempre acontece, a ameaça de postar esse
tipo de material, ou fazer piadas sobre postar pornografia infantil – ameaças
que sempre vêm acompanhadas da imagem do Pedobear – tornaram-se, elas próprias,
um meme.
O
primeiro componente é a expressão “mais de 9.000” [orig. over 9000], valor
numérico arbitrário, tirado de DragonBallZ, uma série de mangás muito
popular. Originalmente lançada no Japão em 1989, DragonBallZ fez sucesso na
televisão dos EUA em 1996 e tornou-se ícone cultural para uma geração de fãs de
anime e de videogames. Num episódio, os vilões Vegeta e Nappa preparam-se
para enfrentar um herói de nome Goku; consultam seus scouter, aparelho
que afere o nível de poder do adversário. Nappa pergunta o que o scouter
indicou sobre níveis, e Vegeta responde num grunhido: “It’s over nine
THOUSAAAAAND” [Acima de nove miiiiiiiiil] e, ato seguinte, esmaga o
scouter, com a mão (“9000!!” 2006).
Alguém
postou o clip no fórum /b/.
Talvez pela nostalgia, talvez porque “mais de 9.000” fosse tradução errada de “mais
de 8.000” , o que gerou muita discussão (e
muita trollagem), talvez porque moot implantou, logo depois, um filtro
que trocava todas as ocorrências do número 7, para “Mais de 9.000” , os Anonymous adotaram “Mais de
9.000”
como resposta-padrão para qualquer pergunta que envolvesse valor numérico.
O
segundo componente do meme é muito
mais direto. Em setembro de 2008, algum anon decidiu trollar as páginas de mensagens de
Oprah, apresentando-se lá como pedófilo. Oprah, que passara toda a semana
advogando a favor de leis para impedir a busca online de crianças para
exploração sexual, foi informada sobre aquele postado e decidiu divulgar a
mensagem do anon. “Permitam que eu
leia algo que foi postado em nossa página” – começou ela, em tom grave – “por
alguém que se diz membro de uma conhecida rede de pedófilos. Diz que não perdoa
e que não esquece. O grupo reúne mais de 9.000 pênis e todos estão...
estuprando... criancinhas” (“Oprah OVER 9000 PENISES” 2008).
Em
menos de uma hora, um segundo anon
baixou o comentário de Oprah, como se fosse ato inadvertido de interação com o
Anonymous Credo, e aplicou sobre o clip um vídeo de som, com o Pedobear, Oprah, personagens de
DragonBallZ e Chris Hansen (“Pedobear remix” 2008). Para a comunidade troll, foi vitória total, absoluta,
completa. Na edição de 2008 da Encyclopedia Dramatica, o verbete “Oprah Winfrey”
era foto de Oprah sentada com um monstro de ar dissimulado. Usando o popular meme “[substantivo] [adjetivo] é
[substantivo]”, a foto levava, como título: “Sucesso troll é sucesso” [orig. “Successful troll is successful”] (2008).
Mas
por quê? O quê, exatamente, foi sucesso, na operação “Mais de 9.000 pênis?” É
extremamente bem sucedido, em primeiro lugar, pelo apelo transgressor. Não é
acaso que os trolls tenham dedicado
esse fórum a essa questão, nem é insignificante que o lulz resultante tenha durado tanto tempo
depois de terminado o raid [ataque] inicial. Os trolls não teriam gostado, ou não teriam
gostado tanto, se a questão não fosse tão absolutamente sensível, para tanta
gente. De fato, a exploração infantil, sobretudo quando tenha traços sexuais, é
dos poucos tabus idênticos para, praticamente, todos os pontos de vista do
espectro político. Resultado disso, seja no 4chan ou fora de lá, a pedofilia (sejam
referências sejam ameaças) é das ferramentas mais exploráveis de todo o arsenal
dos trolls. Que a “piada” tenha
chegado até o show de Oprah Winfrey
foi irresistivelmente divertido para os trolls participantes.
E
ainda muito mais divertido foi o status de Cavalo de Troia subcultural
que o meme provou que tinha.
Simplesmente por enunciar a expressão “mais de 9.000 pênis”, e poderia ter dito
“mais de 9.000” qualquer coisa, Oprah demarcou o
território dos trolls.
Qualquer
um, por mais remotamente conectado ao 4chan (ou à cultura online de
modo geral) que fosse, imediatamente soube que a trollagem avançara até lá, e, melhor
ainda: que a própria Oprah era agora um peão, no jogo dos trolls. Tudo isso aumentou a
visibilidade online dos trolls, acrescentando ainda mais infâmia
a um enxame já infame; e operou como catalisador para mais inventividade memética.
Bricolage:
Ciclos de amplificação e espetáculo
Além
de valer como exemplo “de manual” do modo como os trolls e a empresa-imprensa-comercial
jornalística alimentam-se e realimentam-se continuamente; além de ser caso
exemplar de como as intervenções da empresa-imprensa-comercial jornalística
geram cada vez sempre mais base de alavancagem para novas ações da subcultura, a
operação “Mais de 9.000 Pênis” expõe as semelhanças retóricas e comportamentais
que há entre a trollagem e a
empresa-imprensa comercial jornalística. Dessas, a que mais salta à vista é a
busca incansável, de sucesso.
Para
os trolls, “Mais de 9.000 Pênis” foi
sucesso, porque detectou e explorou um tropo cultural particularmente sensível
e, no processo, gerou grande quantidade de lulz. Mas os trolls não foram os únicos que tiveram
sucesso: o sucesso do ataque de trollagem fala muito, também, do sucesso
dos produtores de Oprah. Os objetivos divergiam bastante, dado que Oprah falava
a um público simpático e horrorizado, e os trolls falavam só a um público
horrorizado, mas os meios pelos quais os objetivos dos dois lados foram
plenamente alcançados eram, de fato, exatamente os mesmos, idênticos.
Ambos,
os trolls e a produção de Oprah
tocaram o coração do público, usaram linguagem supercarregada de emoção e
exploraram com perfeição o ângulo do interesse humano. E o mais significativo de
tudo, para essa análise: ambos, Oprah e os trolls, tinham algo a ganhar, do
incômodo (da dor, do sofrimento, da ansiedade) que causavam ao público.
A
evidente superposição de Oprah & trolls não é surpresa. Os trolls frequentemente entram numa forma
complicada de jogo de sombras ideológicas, com os mesmos que eles procuram
explorar, sobretudo no relacionamento com a chamada “mídia dominante” (as
grandes empresas-imprensa-comercial jornalísticas), o que dá novos significados
à expressão “passar a perna”, “enganar”, “ludibriar com esperteza” (ing.
outfoxed).
Como
os veículos da “grande” mídia comercial, os trolls vão aonde está a notícia; como os
veículos da “grande” mídia comercial, os trolls gostam de sensacionalismo e
hipérboles. Em resumo, ambos, os trolls e a empresa-imprensa-comercial
jornalística vivem mergulhados no espetáculo – o processo mediante o qual se
fundem dinheiro & negócios e entretenimento (Kellner 2003).
Evidentemente,
o que um lado entende como dinheiro & negócios diverge do que, para o outro
lado equivale a dinheiro & negócios. Mais basicamente, a empresa-imprensa
comercial jornalística vive investida nos movimentos do capital. Os trolls vivem investidos nos movimentos
do lulz. Mas para alcançar esses
objetivos declarados – os trolls,
aliás, descrevem a eterna busca por mais e mais lulz, como “negócio sério” [ing.
serious business] – os dois campos têm de provocar o maior impacto
possível. Têm de envolver um público; têm de “fidelizar” a atenção desse
público; têm de manter o público sempre atento e interessado. A relação entre trolls e a “mídia”, em outras palavras
não é de oposição diametral.
Biella Coleman |
Diferente
da dinâmica que Gabriella (Biella) Coleman sugere em sua fascinante análise da
Igreja da Cientologia e dos Anonymous
pós-Chanologia, na qual propõe que o
ethos e as táticas dos segundos são
inversão direta do ethos e das
táticas dos primeiros (2010), os trolls e a grande
empresa-imprensa-comercial jornalística são, de fato, homólogos. Os dois lados
têm comportamento idêntico, para objetivos divergentes.
Fica-se
tentada a sugerir que a empresa-imprensa comercial jornalística não passa de
grande instituição de trollagem, ou
que, pelo menos, algumas personalidades “midiáticas” são, pessoalmente, trolls. Mas seria reduzir o problema,
porque a trollagem, especialmente a
trollagem associada ao 4chan e aos primeiros Anonymous, quer ser identificada como
subcultura. Os trolls são gente que
age como troll, fala como troll e trolla como troll, porque optaram por essa
identidade.
Mas
posso sugerir que os trolls tem muito
mais em comum com a “mídia”, ou talvez, mais apropriadamente, que a “mídia” tem
muito mais em comum com os trolls, do
que seus apoiadores e defensores empresariais, ou que seus consumidores,
aceitariam admitir.
Em termos do engajamento com a
“mídia”, e baseada nas acentuadas semelhanças entre as ações de trollagem e as práticas das
empresas-imprensa comerciais de jornalismo sensacionalista [2], posso dizer que os trolls agem e pressionam a cultura, não
porque desafiem diretamente a cultura dominante, mas porque incorporam a cultura
dominante, explorando, sobretudo, o imperativo sensacionalista que mantém altos
os níveis de venda de publicidade comercial.
Nesse
sentido, a trollagem ecoa o
détournement como descrito por Guy Débord e Gil Wolman. Segundo Débord e
Wolman, o détournement [3], que pode ser traduzido
livremente como “sequestro” ou “captura” [também “recombinação”], ocorre quando
objetos culturais são recontextualizados, o que torna um dado objeto cultural
carregado de novo significado subversivo. Há captura ‘menor’, quando objetos
neutros são alinhados, o que reconfigura o significado de cada um deles; e há
captura em grande escala subversiva, quando se ressignificam objetos culturais
já significantes. O Colbert Report, que afeta o neoconservadorismo para
miná-lo, é exemplo do segundo caso; uma imagem tratada em Photoshop, de um gato montado num
cachorro, pode ser exemplo do primeiro caso.
Seja
a captura “menor”, seja em grande escala subversiva, as duas formas de captura
ou de recombinação desafiam ou, no mínimo, remixam ideias dominantes mediante
captura criativa ou, em alguns casos, mediante apropriação “absurdista” (Débord
and Wolman, 1956). Mais interessante para esse estudo, os objetos podem ser
“recombinados” pela cópia, pela sátira, pela reprodução, cujo efeito é “reforçar
o significado real de um elemento original” (Jappe 1999: 59). Nesses casos, um
objeto – uma frase bem conhecida de obra literária, um fotograma de filme, um
fragmento de noticiário – é posto em contexto opositivo e tratado por ironia, o
que faz com que o objeto se autodenuncie.
A
trollagem, que é simultaneamente
cópia e sátira, repetição & sarro, que usa tropos dominantes para “responder” a
instituições dominantes, é caso exemplar de “recombinação”. Os trolls trollam a rede Fox News de televisão, atuando como atua
a rede Fox News; e trollam Oprah Winfrey atuando como atua
Oprah Winfrey. E rolam de rir, quando seus alvos escolhidos inadvertidamente,
põem-se a atacar a imagem especular deles mesmos.
Sejam
os trolls motivados por preocupações
políticas, ou não; tenham ou não o objetivo de desafiar ou desmascarar a
ideologia dominante, seus comportamentos e sua linguagem recombinam tropos
existentes e, assim, deixam ver a fonte daqueles tropos – fonte, pelo menos,
indireta.
Criticar
os trolls e a trollagem sem considerar a relação de
homologia que há entre eles e a cultura dominante – nesse caso, entre os trolls e a trollagem e a imprensa-empresa-comercial
jornalística que alimenta os trolls,
é, portanto, equivalente a “denunciar” os defeitos e “erros” de uma imagem, não
do objeto refletido.
_______________________
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS (em inglês) estão no ensaio
original.
_______________________
Notas dos
tradutores
[1] The Alex Jones
Show é um programa de rádio.
[2]No
Brasil-2012, o argumento aplica-se também, e, talvez, sobretudo, à chamada
“imprensa séria”, reunida no Grupo GAFE (Globo-Abril-FSP-Estadão), mas ativa
também fora desse grupo. O Grupo GAFE vive hoje (de fato, vive assim desde a
primeira eleição do presidente Lula) da prática de sensacionalismo o mais
alucinado, mascarado como se fosse alguma preocupação “ética”, algum interesse
em “transparência”, ou com a “defesa da natureza”, ou com alguma defesa dos
princípios de justiça e democracia civilizadas. E não se pode dizer, sequer, que
as empresas do Grupo GAFE sejam instituições de trollagem, porque o lulz é anárquico e portanto, por
definição, é progressista, e as empresas do Grupo GAFE são (historicamente)
doentiamente conservadoras, quando não são, mesmo, ativamente atrasistas e
fascistizantes.]
[3] Guia Prático para o
Desvio/Guia Prático para a Deturnação/Guia Prático para a Recombinação,
publicado no jornal surrealista belga Les
Lèvres Nues #8 (maio de 1956). Pode ser lido, numa tradução de
Portugal. Sobre o Guia, leia também comentários
interessantes, em
português.
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