Robert Johnson |
30/12/2011, Business Insider, Robert Johnson, Business Insider (distribuído por e-mail, Blog STOP
NATO)
Traduzido
pelo pessoal da Vila Vudu
A Força Aérea dos
EUA possui 230 aviões-robô (drones) modelos Reaper, Predator e Global Hawks. A qualquer momento do dia
ou da noite, todos os dias, pelo menos 50 deles estão no ar “em
missão”.
Mas é a
incorporação à frota de 730 novos
drones – a serem
incorporados nos próximos 10 anos – que explica por que os “pilotos” estão sendo
obrigados a “pilotar” quatro
drones
simultaneamente.
Drone Predator |
A enorme expansão
do programa de drones ordenada pelo presidente Obama parece estar
criando uma demanda de pilotos que os militares não estão conseguindo
suprir.
David S. Cloud
informa, no Los Angeles
Times
[1], que nos EUA os militares já
cederam lugar a várias empresas contratadas, que ocupam todos os níveis de uma
“corrente de matar”. Essas empresas privadas analisam todos os vídeos enviados
pelos drones e tomam as decisões de ataque, quer dizer,
há empresas contratadas para decidir onde e quando disparar os mísseis Hellfire instalados nos drones.
A prática não é
nova.
Segundo Cloud, o
“protagonista” no ataque de um
drone Predator que matou acidentalmente 15
afegãos em 2010 foi um empregado de uma daquelas empresas, um civil, portanto,
informação que o oficial do Exército que investigava o caso ignorava e muito o
surpreendeu.
Os pilotos da
frota de drones são assunto que preocupa cada vez mais a
Força Aérea dos EUA.
É preciso equipe
muito maior para pilotar à distância um
drone, que para pilotar presencialmente um jato F-15. Com o grande
aumento da frota de drones no governo Obama, cada vez mais o
serviço está sendo entregue a empresas privadas contratadas. Cabe a essas
empresas analisar os vídeos e manter no ar a frota de drones.
A Força Aérea
informa que são necessários 168 técnicos para manter no ar durante 24 horas
um drone Predator; e 300 técnicos para fazer voar
um drone Global Hawk pelo mesmo
período.
O programa
anunciado semana passada – cada técnico passará a ser responsável por “voar”
quatro drones simultaneamente –
foi recebido com extrema preocupação, num contexto em que inúmeros aspectos
legais permanecem na mais total obscuridade.
Apesar da oposição
pela opinião pública, das questões legais envolvidas, e do estresse adicional a
que ficaram submetidos os empregados das empresas contratadas, militares dos EUA
e da Grã-Bretanha já falam com entusiasmo sobre “a grande promessa” que é o
programa de um “piloto” no comando de quatro
joysticks, um para cada
drone.
A menos que a
Força Aérea dos EUA amplie drasticamente seus esforços de recrutamento, o que é
improvável, dados os cortes no orçamento dos EUA, o mais provável é que aumente
o número de empregados civis contratados, a serviço de empresas comerciais.
Chegamos afinal à situação em que as corporações da indústria bélica estão,
literalmente, com o dedo no gatilho, no comando de operações de guerra e
disparando armas norte-americanas, em todo o mundo.
Por mais que se
deva supor que a Força Aérea dos EUA ainda mantém algum grau de excelência no
treinamento de seus pilotos, e tenha mecanismos eficazes para “filtrar” de seus
quadros elementos moralmente indesejáveis, é evidente que não se pode esperar
que empresas comerciais adotem os mesmos critérios de excelência na seleção e
treinamento de seus empregados.
Nota dos tradutores
[1] 29/12/2011, “Civilian
contractors playing key roles in U.S. drone operations”, Los Angeles Times.
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