Comentário do sítio
Resistir.info: O
servilismo da UE aos diktats do
governo estadunidense manifestou-se, mais uma vez, na decisão de 23 de Janeiro
de sancionar o Irã. Verifica-se que as pressões do governo Obama encontraram
plena aquiescência nas instâncias comunitárias. Mas este tiro poderá sair pela
culatra.
A mais penalizada por tal decisão será a própria Europa e não o Irã.
Não faltam compradores para o petróleo iraniano — mas os países europeus que
importavam petróleo do Irã terão agora de ir buscá-lo mais longe e mais caro.
Quanto
ao congelamento dos ativos do Banco Central do Irã, foi uma mera palhaçada
psicológica da UE pois o BCI não tinha nem um cêntimo depositado em bancos
europeus. Além disso, tal medida contribuiu para desacreditar – ainda mais – o
já debilitado sistema bancário europeu.
Bem
fez o Presidente Chávez da Venezuela quando mandou retirar todos os ativos
venezuelanos depositados na banca europeia.
Parlamento iraniano |
TEERÃ (FNA) – Membros do
Parlamento iraniano concluíram um projeto de lei sobre o corte das exportações
de petróleo do país para estados europeus, como retaliação pelo embargo de
petróleo da UE contra Teerã, declarou sábado, 28, um deputado iraniano.
“O diploma tem quatro artigos,
incluindo um que declara que a República Islâmica do Irã cortará todas as
exportações de petróleo para os estados europeus até que estes cessem suas
sanções petrolíferas contra o país”, disse o vice-presidente da Comissão de
Energia do Parlamento, Nasser Soudani.
Ali Larijani, Presidente do Parlamento do Irã |
Por outro lado, acrescentou, outro
artigo exige que o governo cesse de importar mercadorias dos países envolvidos
nestas sanções contra o Irã.
Após meses de debates, os estados
membros da UE, na sua reunião de 23 de Janeiro, alcançaram finalmente um acordo
para sancionar importações de petróleo do Irã e congelar os ativos do Banco
Central do Irã dentro da UE.
A seguir à decisão, a responsável
pela política externa da UE, Catherine Ashton, afirmou as sanções destinam-se a
pressionar o Irã a retornar às conversações sobre o seu programa nuclear.
Contudo, apesar das afirmações de
Ashton, o Irã sempre sublinhou estar preparado para retomar conversações com o
Ocidente, mas tem enfatizado que nunca aceitará quaisquer pré-condições para as
mesmas.
Rostam Qasemi, Ministro do Petróleo do Irã |
O ministro iraniano do Petróleo,
numa declaração segunda-feira passada, minimizou os efeitos das sanções
petrolíferas unilaterais dos EUA e da UE contra Teerã, considerando que tais
embargos simplesmente prejudicarão as economias europeias.
“A apressada decisão de estados da
UE de utilizarem o petróleo como ferramenta política terá um impacto negativo
sobre a economia mundial e especialmente sobre a recuperação de economias
europeias que estão a combater para ultrapassar a crise financeira global”,
declarou o ministro. E acrescentou que apenas 18 por cento do petróleo produzido
pelo Irã é exportado para países europeus.
A
notícia original, em inglês, pode ser lida em: “Iranian Parliament
Finalizes Draft Bill on Cutting Oil Supplies to Europe”
Esta
tradução foi extraída de: “Resistir”
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