19/10/2011, filme de Ed David e Dana Salvatore (falas transcritas e traduzidas pelopessoal da Vila Vudu)
No dia que #Occupy Wall Street completava um mês, Ed David foi à Praça Liberty, descobrir para onde o movimento irá.
Where Do We Go From Here? Occupy
Para onde irá o movimento?
Duas mulheres: É uma sensação estranha, é uma sensação excitante, é meio nervoso. Mas é excitante, inspirador. A sensação de que, afinal, alguém está fazendo alguma coisa. Como... As pessoas estão acordando!.
Para onde irá o movimento?
A moça do colar de pérolas: Ah, não tenho a menooooooooooor ideia. Mas é bom, isso, de não saber. No começo, não acreditei. Depois vim, há umas duas semanas. Vi a dedicação, o ‘pique’ de tanta gente. Todo mundo tentando. É inspirador, poder ajudar.
Para onde irá o movimento?
Rapaz de banda no cabelo: O movimento deve ser o mais inclusivo possível. Agora, nesse ponto, podemos estar querendo que se aprove alguma lei. Mas se mais e mais gente vier para cá, há tanta força nos números que podemos pensar em algum objetivo mais amplo.
Jesse Jackson aparece. A moça diz: “Venha nos ajudar! Precisamos da sua ajuda.”
Para onde irá o movimento?
Voz off, depois o homem de barba branca: “Quando Rosa Parks [1] recusou-se a dar lugar a um branco, ou quando quatro estudantes negros entraram e sentaram numa lanchonete para brancos em 1960, ninguém sabia que, quatro anos depois haveria uma lei ampla de Direitos Civis, ou que um ano depois seria votada a lei dos direitos para votar, dos negros [2]. Ninguém sabia o que aconteceria depois. Mesmo que mais nada aconteça aqui, mesmo que todo mundo vá para casa hoje, já basta. Muitas coisas que começaram aqui vão continuar por outros modos, que não se podem prever.
Para onde irá o movimento?
Voz off, depois homem da camisa azul e gravata: Ontem foi o primeiro aniversário. Começou com mães e pais vendendo hamburguers e pensei que deviam pensar em para onde vai o movimento e o que fazer. E quando houve o ataque na ponte do Brooklyn, eu decidi que, se usaram força militar contra eles, eu tinha que sair e vir ficar ao lado desses cidadãos como eu, estar ao lado deles. Foi o momento em que senti mais orgulho de ser americano, em toda a minha vida. Estou surpreso. Estou deslumbrado. Vim... Meu primeiro dia aqui foi na 3ª-feira, peguei um táxi, peguei o avião, desci no aeroporto e vim para cá. E a Assembleia Geral estava começando. Fiquei com os olhos cheios de lágrimas. Nunca vi nada parecido. Nunca pensei que fosse ver. Pura democracia. Parecia mágica. Nós todos. Temos de nos preparar para o inverno. Ficaremos aqui por um bom tempo.
Notas dos Tradutores
[1] Rosa Parks (1913-2005) foi uma costureira negra norte-americana, símbolo do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. Ficou famosa, quando, dia 1/12/1955, recusou-se a levantar e ceder o lugar a um homem branco. Nasceu daí o Movimento “Boicote aos Ônibus” de Montgomery, que marcou o início da luta pública contra as leis de segregação racial nos EUA
[2] Os negros de vários estados, nos EUA, só passaram a ter direito de votar em 1965, pela “Voting Rights Act”, o que obriga a lembrar que, em 1964, quando os EUA meteram-se a “democratizar” a América Latina, em vários estados dos EUA ainda havia, vigentes, leis racistas. Essa lei tem sido sucessivas vezes reinstituída. É vigente hoje, por 25 anos, a partir de 2006, quando Bush assinou a mais recente prorrogação.
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