terça-feira, 18 de outubro de 2011

Guerra sem fim! É a estratégia da política externa dos EUA...

Sobre o mesmo tema, ver “Obama, rei da África”, Pepe Escobar, Asia Times Online, em português.

Carta de Barack Obama ao Congresso informando sobre o envio de soldados dos EUA para UGANDA.

Do: Presidente Barack Obama, Casa Branca, Washington, DC, EUA
Para: Presidente da Câmara de Deputados dos EUA
Para: Presidente interino do Senado dos EUA
Data: 14/10/2011

Assunto: O Exército da Resistência de Deus [Uganda]

Caro Sr. Presidente:

Há mais de duas décadas, o Exército da Resistência de Deus [ing. Lord's Resistance Army (LRA)] assassinou, estuprou e sequestrou dezenas de milhares de homens, mulheres e crianças na África Central. O LRA continua a cometer atrocidades na República Sul-Africana, República Democrática do Congo e Sudão do Sul, que implicam impacto desproporcional na segurança regional. Desde 2008, os EUA têm apoiado esforços militares regionais para enfrentar o Exército da Resistência de Deus e proteger comunidades locais. Mas, apesar da limitada assistência militar dos EUA, os esforços militares regionais têm sido infrutíferos e não conseguiram remover do campo de batalha o líder do Exército da Resistência de Deus, Joseph Kony ou seus principais comandantes. 

Na “Lei da Recuperação do Norte de Uganda e Desarmamento do Exército da Resistência de Deus”, de 2009, lei n. 111.172, aprovada em 24/5/2010, o Congresso dos EUA também manifestou apoio à ampliação de esforços, pelos EUA, para mitigar e eliminar a ameaça representada pelo Exército da Resistência de Deus, contra a estabilidade civil e regional.

Para reforçar aquela política, que o Congresso dos EUA já aprovou, autorizei o envio de um pequeno número de soldados de combate equipados dos EUA à África Central, para dar assistência e aconselhamento às forças regionais que trabalham para a remoção de Joseph Kony do campo de combates. Creio que o envio desses soldados das Forças Armadas dos EUA reforça interesses da segurança nacional e da política exterior dos EUA e será contribuição significativa para a contenção dos esforços do Exército da Resistência de Deus na África Central.

Dia 12 de outubro, a equipe inicial do pessoal militar dos EUA, com adequado equipamento de combate partiu para Uganda. Ao  longo do próximo mês, forças adicionais serão enviadas, inclusive uma segunda equipe com equipamento de combate e pessoal para instalar os comandos, as comunicações e a logística necessária. O número total de pessoal militar dos EUA agora enviado nessa missão é 100 militares, aproximadamente. Essas forças atuarão no aconselhamento e assessoramento de forças parceiras que têm o objetivo de remover Joseph Kony e outras altas lideranças do Exército da Resistência de Deus. Sob aprovação das autoridades de cada respectiva nação, elementos desses forças dos EUA serão distribuídos em Uganda, Sudão do Sul, República Sul-Africana e República Democrática do Congo. 

O apoio agora oferecido, de forças militares dos EUA, ampliará os esforços regionais contra o Exército da Resistência de Deus. Mas, apesar de viajarem com equipamento de combate, essas forças militares dos EUA nada farão além de oferecer informação, aconselhamento e assistência às nações parceiras e não se engajarão em combate direto contra o Exército da Resistência de Deus, senão em ações de autodefesa. Tomaram-se todas as necessárias precauções para garantir a segurança do pessoal militar dos EUA durante esse deslocamento e instalação final.

Ordenei esse deslocamento, que é do interesse da segurança nacional e da política externa dos EUA, no exercício de minha autoridade constitucional para conduzir as relações internacionais dos EUA e como Comandante-em-chefe e Chefe do Executivo. 

Essa comunicação é parte dos meus esforços para manter o Congresso dos EUA plenamente informado, nos termos do que determina a Resolução dos Poderes de Guerra (lei n. 93 148). Agradeço o apoio do Congresso nessa ação.

Sincerely,
Barack Obama

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