por Robert L. Hirsch [*]
Tal como previmos anteriormente, é provável que o declínio da produção mundial de petróleo ocorra nos próximos 1 a 4 anos, tendo passado um ano desde que previmos um prazo de 2 a 5 anos. Alguns acreditam que as fracas condições econômicas mundiais estenderão significativamente o início do declínio. Nós acreditamos que este atraso será essencialmente ínfimo.
Devido a uma miríade de variáveis, o prazo para o início do declínio da produção mundial de petróleo não pode ser previsto com certeza. No início dos anos 2000, quando começamos nossos estudos da produção mundial de petróleo, pensamos que a futura produção mundial do óleo podia atingir um pico agudo, análogo ao verificado na produção estadunidense, o qual foi verificado em 1970. Afinal de contas, “pico petrolífero” implica um pico agudo. Quando continuamos os nossos estudos, tornou-se óbvio que um cenário de pico agudo não era necessariamente o mais provável. Em particular, o padrão apresentado pela produção petrolífera europeia – um planalto (plateau) de produção flutuante antes do declínio – tornou-se o padrão mais provável (Figura 1).
Desde 2004 a produção mundial de petróleo (total de líquidos) tem estado num planalto flutuante, como mostrado na Figura 2.
Após um estudo extenso da matéria, bem como das previsões de outros, concluímos que o planalto flutuante da produção mundial de petróleo agora existente provavelmente continuará numa amplitude estreita e então transitará para o declínio, analogamente à situação na Europa (Figura 3).
Se o nosso modelo for correto, o início do declínio será atrasado em apenas uma questão de semanas, o que está bem dentro da incerteza da nossa previsão. Nossa conclusão é ilustrada na Figura 4 por um prazo de 4 anos no início do declínio e uma redução de 1 milhão de barris por dia (bpd) na produção durante esse período.
Os números aproximados são simples: Se a mediana do futuro planalto de 4 anos for de aproximadamente 86 milhões de barris/dia, então cortar a média de 4 anos em 1 milhão de bpd compra 4 anos x 52 semanas/ano x 7 dias/semana x 1/86 = 2,4 semanas.
Por outras palavras, o vagaroso crescimento do PIB mundial ao longo dos próximos quatro anos, resultando nuns poucos milhões de barris por dia a menos no consumo mundial de petróleo, resultaria num atraso relativamente pequeno do início do declínio da produção mundial do óleo, de acordo com o nosso modelo. Se a nossa previsão for correta (1-ano), então o atraso é muito menor.
Artigos do mesmo autor em resistir.info:
- A iminente desordem energética mundial
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- A muralha do Pico Petrolífero
- O pico da produção mundial de petróleo: impactos, amenização & gestão de riscos
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[*] Ph.D., ex conselheiro sênior do programa de energia da Science Applications International Corporation, conselheiro sênior de energia no MISI, consultor em energia, tecnologia e gestão. Atuou em numerosos comitês relacionados com o desenvolvimento da energia e é o autor principal do relatórioPeaking of World Oil Production: Impacts, Mitigation, and Risk Management, redigido para o Departamento da Energia dos Estados Unidos.
O artigo original, em inglês, encontra-se na Peak Oil Review , de 10/Outubro/2011.
Este artigo encontra-se em: Resistir
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