sexta-feira, 13 de abril de 2012

Políticos fogem do Poder Popular como o diabo foge da cruz


Laerte Braga

Eleições não têm levado o País a mudanças estruturais necessárias à construção de um processo popular de construção democrática. Os partidos políticos tradicionais, numa república federativa como a nossa, mantêm intactos seus esquemas de poder e cada vez mais procuram ampliá-lo, num jogo em que oposição e situação se misturam naquilo que chamam de bem comum. Na verdade o bem comum dos interesses que representam.

Nos períodos que antecedem as eleições rivais que se insultam e se acusam durante as campanhas eleitorais, se abraçam, se confraternizam e com isso o País vai vivendo um clima de faz de conta, sem perceber o abismo que se aproxima,

Há uma diferença entre a crise prevista(?) por Míriam Leitão, por exemplo, em seu ataques furibundos ao governo e a crise que se avizinha. Miriam Leitão defende interesses de bancos, de grandes corporações e do latifúndio. A crise que bate às nossas portas e que tem levado a presidente Dilma Rousseff e criticar os chamados países ricos, passa pelas características políticas e econômicas do Brasil, decorrentes do modelo defendido pela comentarista da GLOBO.

Uns querem a submissão, outros sonham com personagens lendárias como Davi e Golias, no pressuposto que a funda de Davi vá acertar milimetricamente a pedra na fronte de Davi. É como Guilherme Tell cortando ao meio a maça posta sobre a cabeça de seu filho,

O Brasil de Lula/Dilma não conseguiu resgatar o Brasil pré-FHC que já não era um Brasil onde os brasileiros pudessem ou tivessem voz ativa.

Da década de 60 – particularmente – o golpe de 1964 e até o processo de redemocratização vivemos aos trancos e barrancos. A base de um País inserido no que chamam Nova Ordem Global foi plantada por FHC e Lula/Dilma não dispõe dos instrumentos necessários, dentro do jogo institucional, para mudar essa estrutura.

Somos um gigante com dimensões continentais perdido em nossas próprias fraquezas e saqueado no processo político que deslocou o eixo dos decisões capitalistas para a Colômbia. Não temos o controle da Amazônia, os minerais estratégicos, capazes de nos permitir alcançar estágios de desenvolvimento próprio, estão em mãos de companhias estrangeiras.

O governo FHC não foi apenas um golpe de estado branco – reeleição comprada a peso de outro – mas o alinhamento como o próprio ex-presidente chamou de “teoria da interdependência.

Falarmos sobre uma força armada destroçada por seus equívocos que remontem ao Estado Novo de Getúlio e encontram sua plenitude no golpe de 1964 é compreender o processo de dominação imposto ao Brasil.

Estamos no Haiti, temos uma fragata no Oriente Médio, a ONU cogita de solicitar ao governo brasileiro o envio de tropas à Síria – numa clara intervenção naquele país e hoje substituímos a política externa de Celso Amorim que dava guarida as pretensões de Lula de “um capitalismo a brasileira”. 

O mundo institucional está falido, não tem representatividade popular e os instrumentos de repressão permanecem intactos e sempre contra a classe trabalhadora.

A classe política, em sua esmagadora maioria, representa interesses de bancos, grandes corporações e latifúndio, esse hoje, preso ao controle de empresas como a MONSANTO.

Para cada programa social do governo, que acabou se mostrou com viés eleitoral, uma concessão ao capital. Seja o de Lula, seja o de Dilma. Ao falar em Cuba a presidente brasileira falou o óbvio, pois até a REDE GLOGO exporta novelas para país de Fidel.

“A imbecilidade acha que tudo está claro quando a televisão mostra uma imagem bonita., comentada com uma mentira atrevida. A semi elite contenta-se em saber que quase tudo e obscuro, ambivalente, montado em função de códigos desconhecidos. Uma elite mais fechada quereria saber a verdade difícil de distinguir com clareza em cada caso particular, apresentar todos os dados reservados e de toda as coincidências de que ela dispõe. Eis porque ela gostaria de conhecer o médoto da verdade em geral, embora para ela ter esse gosto de revelação, em geral, azedo” – Guy Débord, A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO, Contraponto, Rio de Janeiro.

A mídia hoje ao lado das bombas, nucleares ou não, são os dois agentes desse terrorismo. Um transforma o ser humano em zumbi, o Homer Simpson como definiu William Bonner; outro, à falha do primeiro, devolve povos inteiros à idade da pedra lascada. Vide o caso da Líbia.
Libia antes e depois da "intervenção humanitária"
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Poder popular. A classe política foge disso como o diabo foge da cruz.

Em primeiro lugar é preciso tomar consciência de que a realidade imediata de cada um de nós é a cidade. Nascemos na cidade, nos constituímos parte de uma família, nos preparamos para a vida na cidade, construímos nossas próprias famílias no trabalho e na cidade. Gozamos os dias de lazer na cidade e somos intrinsecamente parte da cidade até o momento inexorável da morte. Segundo Millôr Fernandes a “única coisa inexorável de toda a vida”.

No mundo contemporâneo a comunicação é fundamental. Em tese deveria nos proporcionar a consciência da realidade, a verdade e nos permitir os caminhos de vida para além dos interesses de bancos, grandes corporações e latifundiários.

A luta, por exemplo, para abrir os baús da ditadura não é luta movida por revanchismo como pretendem os militares golpistas, torturadores e assassinos; é uma luta pela História e um povo sem História não é nada.

A História começa na cidade e hoje, na importância da comunicação que se estende da mídia de mercado de cada cidade, até a mídia de mercado nacional.

O que se tenta hoje? Vender através dos patrocínios de bancos, corporações e latifúndios uma verdade que é absoluta e não admite contestações. E que verdade é essa? A dos que têm controle do sistema política e econômico.

Um simples vereador, cito um exemplo, Rodrigo Matos em minha cidade, não anda e fala ao mesmo tempo. É fllho do prefeito e tem o mandato única e exclusivamente por conta dessa filiação, Não fosse.isso estaria longe da vida pública, onde funciona como títere do pai, dos interesses que o pai representa,.

Não são os interesses populares, mas dos grupos que compram os votos para o mesmo possa se eleger. Por si é uma nulidade. O tipo de jogador que entra em campo para cumprir determinada função e se o jogo sair diferente tem que pedir tempo para ouvir novas instruções.

A Universidade Federal de Campos, através do professor Marcelo Saldanha e sua equipe desenvolveu um projeto de internet por Banda Larga que resgata o poder do cidadão. Foge do controle das chamadas teles. O monopólio privado que FHC criou e Lula e Dilma mantiveram e mantém.

Abre espaços e perspectivas para que a internet seja gerida pela própria comunidade a preços irrisórios (menos de 10% do preço a ser cobrado pelas teles), com um nível de segurança maior, oferta de possibilidades de velocidade maior. 

Mas dois aspectos interferem no processo.

Primeiro o interesse das teles.
Segundo, não há interesse que cada comunidade em cada canto do Brasil possa discutir sua realidade, conscientizar-se dessa realidade, perceber o logro da mídia de mercado e a falência do modelo político e econômico.

Lembra o personagem de Chico Anysio, aquele deputado que tinha horror a povo e não queria povo exceto em época de eleições, mesmo assim com litros de álcool para higienizar-se após o contato com o cidadão comum, como faz o candidato a prefeito de São Paulo, José Serra.
Justo Veríssimo (personagem criada por Chico Anysio)

Se imaginarmos o Brasil de hoje veremos um país dividido em áreas sob controle de empresas, bancos, latifúndios e um governo cuja margem de manobra não ultrapassa o permitido, até porque tem consciência disso e aceita esse jogo.

O projeto de Banda Larga desenvolvido pelo professor Marcelo Saldanha e sua equipe tem como principal ingrediente o retorno da participação popular a partir das cidades e logo, com reflexos no estado e na União.

É hora de desobediência civil, pois o governo defende interesses das teles e a maioria esmagadora dos deputados e senadores foi eleita com contribuição para suas campanhas pelo conjunto de empresas que controla o Estado instituição.

Se quisermos buscar a sobrevivência do ser humano como tal, como sujeito de sua própria história, isso vai começar na própria cidade, na reação comunitária.

Criar consciência e é por isso que os diabos fogem da cruz, como os políticos fogem da perspectiva que o eleitor tome consciência e deixe de votar por interesses em tijolos, cimento, empregos, mas voltados para o bem comum.

O projeto de Banda Larga do professor Marcelo Saldanha e sua equipe é uma proposta revolucionária nas comunicações e a internet; é o veículo revolucionário que já se faz presente em 70 milhões de lares brasileiros.


É luta para acabar com o monopólio das comunicações e do “espetáculo” que temos diariamente em nossas TVs, rádios, jornais e revistas que vêem como “informação” o escândalo e a bizarrice expostos nos noticiários cotidianos.

É um trabalho de brasileiros para o resgate do Brasil e seus cidadãos.

FHC acabou com o monopólio estatal a pretexto de melhorar as condições dos serviços de comunicação, energia. Entregou esses riquezas nacionais e Lula e Dilma não tocaram nesse crime, pelo contrário, mantiveram e mantém A PRIVATARIA TUCANA embaixo do tapete. 

A Banda Larga popular é um ato de desobediência civil, com a consciência que estamos resgatando a nação brasileira.

Texto enviado por Sílvio de Barros Pinheiro
Imagens colhidas na internet por redecastorphoto

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