Adriano Benayon |
*Adriano
Benayon
O
ininterrupto crescimento dos lucros dos bancos constitui um seriado da
categoria horror. Recapitulando: em junho de 2011, publiquei o artigo
“Os lucros dos bancos crescem sem parar”, onde se lê:
“Nos oito
anos de FHC, a média anual de crescimento real dos lucros dos bancos foi 11%,
acumulando 230% em oito anos. De 2003 a 2007, ela foi 12%, acumulando
176% em 5 anos. De 2003
a 2010 os lucros dos cinco maiores bancos -
Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Caixa Econômica Federal -
elevaram-se de R$ 11,1 bilhões para R$ 46,2 bilhões, em sete anos.
Elevação sustentada, à média de 17,7% ao ano, ou seja, 313%. Em termos reais
(correção pelo IPCA): 12,1 % aa., acumulando 222%”.
2.
Em artigo de março de 2010, “Brincando à Beira do Abismo”, salientei a
concentração no setor, já enorme em 2009:
“Apenas
cinco bancos (Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Caixa Econômica)
somam lucro de R$ 37,3 bilhões, superando o lucro total dos 31
bancos computados em 2007.”
3.
Em 2011, os lucros desses cinco bancos alcançaram R$ 51 bilhões:
Itaú: 14,6; Banco do Brasil 12,1: Bradesco: 11; Santander: 7,8; CEF: 5,2
bilhões.
4.
Esse é só o “lucro líquido”. No cálculo deste as empresas usam técnicas
contábeis para deduzirem muita coisa do lucro real, aproveitando permissões e
brechas da legislação tributária. O imposto de renda só incide sobre aquele.
Ademais, a alíquota do imposto é 15%, enquanto as pessoas físicas que ganham
acima de R$ 3.750 mensais, estão sujeitas à de
27,5%.
5.
Há anos, assinalo que os bancos gozam de vantagens mais que cartoriais: a
garantia de lucros monopolistas para seu cartel, uma vez que, juntamente com as
grandes corporações transnacionais, controlam o
Estado.
6.
Talvez por isso, não abusaram dos derivativos, os detonadores do colapso
financeiro mundial, que levou os governos dos EUA e europeus a socorrer grandes
bancos com dezenas de trilhões de dólares e de
euros.
8.
O estoque da dívida pública mobiliária interna atingiu, em fevereiro último, R$
1,760 trilhão, sem contar os títulos em poder do Banco Central, os quais já
somavam R$ 749 bilhões no final de novembro de 2011. Também notável é o
curtíssimo prazo médio desses títulos (menos de quatro meses), o que implica
rolagem quadrimestral da ordem de R$ 600 bilhões.
9.
Além disso, as outras aplicações rendem aos bancos taxas de juros que são
múltiplos da SELIC, usada nos títulos públicos, com margens fantásticas, como em
empréstimos a empresas e a indivíduos e, ainda maiores, nos cartões de crédito,
tudo isso favorecido pelo Banco Central. Este, ademais, admite tarifas por
serviços bancários tão elevadas, que lhes custeiam todos os custos
administrativos.
10.
Desse modo, o crédito à economia produtiva fica mais por conta dos bancos
públicos, à frente deles o BNDES, seguido de Banco do Brasil, CEF e o Nossa
Caixa, estadual, que sobreviveu à razzia das privatizações. Mas o BNDES financia
sobre tudo transnacionais e outras grandes empresas, e os bancos comerciais
públicos atuam, cada vez mais, de maneira semelhante à de seus congêneres
privados.
12.
Um banco comercial é uma concessão incrível, que lhe enseja criar moeda, fazendo
empréstimos, só com lançamentos nos computadores, em múltiplos dos depósitos,
deduzidos os compulsórios junto ao Banco Central. Ainda assim, dado que têm
lucros altíssimos garantidos pelo mercado dos títulos públicos, evitam os riscos
dos empréstimos ao setor privado.
13.
Apesar disso, o crédito a empresas e a pessoas físicas cresceu muito desde 2003,
quando equivalia a 26% do PIB. No final de 2011 foi a 49,1%, sendo 31,5% o
estendido por bancos comerciais (16,3% em 2003). O BNDES responde pelo grosso
dos 17,6% restantes.
14.
Especialmente apreciável foi a expansão do crédito imobiliário, ajudada, a
partir de 2005, por mudanças na lei que facilitaram a tomada dos imóveis pelos
bancos em caso de inadimplência do mutuário. O professor de finanças da USP de
Ribeirão Preto, Alberto B. Matias aponta a espantosa concentração nesse setor:
“Em 1994, tínhamos 16 grandes bancos privados de varejo. Sobraram
dois.”
15.
Há também, em relação com os fatores comentados no artigo do último mês,
“Brasil Privatizado”, o risco de bolha imobiliária, após a vertiginosa
alta dos preços dos imóveis. Segundo o Banco Central, o endividamento das
famílias com o sistema financeiro alcançou, em novembro, 42,51% da renda
acumulada nos 12 meses anteriores.
16.
Por fim, não contentes com os mercados cativos que já têm, inclusive seguros e
resseguros, os concentradores financeiros fizeram a presidente da República pôr
no Congresso, o fundo de previdência complementar dos servidores públicos
(FUNPRESP), mais uma etapa da privatização da previdência, colocando as
aposentadorias e pensões à mercê do cassino das bolsas de
valores.
Conclusão: Os governos petistas, comunistas, de esquerda, não sabem governar. Os governos FHC foram muito melhor. É preciso afastar esses petistas do governo. Votem nos demotucanos neoliberais, do PSDB e do DEM, ou em quem FHC mandar. Este é o recado que dá o acima assinado Doutor. Mas, votem logo, antes que eles todos estejam presos na cadeia de segurança máxima. Lá onde já esta o Arruda e o Demóstenes está indo.
ResponderExcluirConclusão: Os governos petistas, comunistas, de esquerda, não sabem governar. Os governos FHC foram muito melhor. É preciso afastar esses petistas do governo. Votem nos demotucanos neoliberais, do PSDB e do DEM, ou em quem FHC mandar. Este é o recado que dá o acima assinado Doutor. Mas, votem logo, antes que eles todos estejam presos na cadeia de segurança máxima. Lá onde já esta o Arruda e o Demóstenes está indo.
ResponderExcluir