Domingo, 22/4/2012, Praça
Stalingrad, Paris, 21h (local)
Déclaration de Jean-Luc Mélenchon,
dimanche 22 avril, 2012
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Jean-Luc Mélenchon - Fusain, pierre noire et pastel blanc. By Flohic, France |
Temos
em mãos as chaves do futuro. Quanta gente! Somos muitos!
Meus
amigos,
se
estiverem corretos, os primeiros números que nos apresentaram permitem que se
extraiam algumas lições.
A
primeira lição, já bem clara, é que os franceses parecem decididos a virar a
página dos “anos Sarkozy”. O total de votos das direitas, em todos os seus
diferentes grupos, diminuíram, em relação a 2007.
De
muito grave, sim, é que a extrema direita aparece com grande número de votos:
fizemos muito bem, portanto, em concentrar nossa campanha na análise e na
crítica radical das propostas da extrema direita. Acertamos. E se não tivéssemos
acertado, o mais provável é que os resultados dessa noite fossem ainda mais
alarmantes. Porque, sim, o resultado de hoje é alarmante.
E
é hora, agora, de dizer o quanto nos sentimos sós, em vários momentos, nessa
campanha: de um lado, um nos imitava; de outro, o outro nos ignorava.
A
verdade é que fizemos, nós sozinhos, a parte mais difícil da luta. Vergonha para
os que preferiram atirar contra nós, e não nos ajudaram.
Lembrem,
para sempre, os nomes dos que fugiram da luta real ou, pior, os que preferiram
repetir argumentos anticomunistas de extrema direita, contra nós.
Hoje,
somos nós, a Frente de Esquerda, que temos em mãos a chave do resultado final
dessas eleições.
São
vocês, portanto – não eu, é claro – que têm em mãos essa decisão, porque, de
verdade, podemos ser a força política nova, que abriu caminho e nasceu nessas
eleições. E somos nós, portanto, que temos as chaves dessa eleição.
Convoco
todos a assumirem, de plena consciência, essa responsabilidade, sem dar ouvidos
aos comentários, às ‘análises’, às opiniões impressionistas, aos joguinhos de
previsões, aos quais recomendo que ninguém se renda.
O
que digo agora, e bem claramente, é que, em plena consciência, nada há,
absolutamente, que nós possamos negociar.
Nosso
compromisso não precisa da autorização de ninguém, nem de adulação, para
desdobrar-se com plena energia.
Convoco
todos a mobilizar-se nos encontros já marcados. Dia 1º de maio, nos nossos
sindicatos, com os trabalhadores em suas lutas, que é o nosso campo, nossa
família política: o mundo do trabalho e suas reivindicações.
Convoco
todos para que nos reunamos dia 6 de maio – e sem nada pedir em troca de nosso
voto – para derrotar Sarkozy!
Convoco
todos a não arredarem pé, a não cederem um palmo de terreno, convoco todos a se
mobilizarem, como se se tratasse de me eleger à presidência.
E
nada peçam em troca do voto de vocês.
Votem
contra Sarkozy, em ato de plena consciência.
Por
quê? Porque a nossa luta não é luta nacional, que só se dispute na França, nesse
momento.
Trata-se,
nessas eleições, de virar a mesa, de inverter a tendência que, em toda a Europa mantém
todos os povos sob o jugo do eixo Sarkozy-Merkel. Esse eixo tem de ser quebrado
aqui, na França. E vamos quebrá-lo.
Quando
o tivermos quebrado, ficará então bem claro, sem bravatas, que nós, doravante,
tomaremos as decisões. Nós, a nossa frente de esquerda, em toda a França e
em toda a
Europa. Cabe-nos agora corresponder ao poder que conquistamos
pela nossa união.
Continuemos
a andar tranquilamente, pelo nosso caminho. Inelutavelmente, a história caminha
ao nosso encontro e nós ao encontro dela. Inevitavelmente, as ideias e soluções
que nós defendemos – sobretudo a ideia da redistribuição da riqueza, não há
dúvida de que ela estará na ordem do dia, nos choques que se anunciam.
Seja
quem for o próximo presidente da França, a finança, desde sempre e já,
prepara-se para amordaçar o povo francês.
Então,
tratar-se-á de curvar-se ou de resistir. E, para resistir, a França só conta com
uma força, a nossa! [Resistência! Resistência!].
Tenham
no coração, o sentimento do trabalho bem feito. Não esqueçam jamais as imagens
da força da união de vocês todos. Não se deixem dividir, dispersar.
Dessa
vez, nos fizemos ouvir e chegamos no pelotão da frente. Da próxima, será a vez
de chegar ao poder, pelas urnas e pelas vias democráticas.
Viva
a República! Viva a classe operária! Viva a França!
Continuaremos sonhando e lutando por um mundo melhor, um mundo socialista.
ResponderExcluirParabéns pelo blog, Castor Filho.
Abraços,
Itárcio Ferreira.
Obrigado Itárcio
ExcluirGrato pela colaboração e continue colaborando conosco.
Abraço
Castor