2/3/2012, Ron Synovitz e Iskandar Aliev,
Tadjiquistão
Traduzido e
comentado pelo pessoal da Vila
Vudu
Entreouvido na
Vila Vudu:
Essa notícia que
vos chega gratuitamente do Tadjiquistão é totalmente desjornalística e
TOTALMENTE SENSACIONAL.
As “potências
ocidentais” estão láááá longe, esperneando na arapuca em que se meteram sem ser
chamadas, para implantar a “democracia” e acabar com o terrorismo na galáxia,
tudo a ferro e fogo e
targeted killings. Só que já não conseguem nem abrir uma picada no
mato, pra carregar de volta as zilhões de zilhões de toneladas de armas que
levaram para lá e, agora, têm de carregar nas costas de volta prô “ocidente”, e
rápido... Antes que os “nativos” passem a mão naquele tresloucado arsenal.
Ah, sim, sim, “o
presidente Nursultan Nazarbayev, o ‘leopardo das neves’ do Cazaquistão, já falava
de uma União Eurasiática desde 1994, como Pepe Escobar escreveu em “Jogo
de Xadrez na Eurásia”, em novembro do ano passado
Ele deve estar
adorando receber lá esse desfile de ministros das “grandes potências”, um depois
do outro.
Quanto a Putin,
que nunca foi Washington Luiz, nem jamais supôs que “governar é abrir
estradas”...
Bom... A eleição
de Putin acontece no próximo domingo. Não deu na Globo, mas... a Hilária está
sendo comida pela perna.
Gen. William Fraser |
O principal
comandante de transporte militar dos EUA disse que é necessário que o Paquistão
reabra à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) as rotas de transporte
pesado que cruzam território paquistanês, para que os EUA consigam completar a
retirada do Afeganistão até o final de 2014.
Em novembro de
2011, o Paquistão fechou as estradas de transporte pesado, pela qual transitavam
os suprimentos para a OTAN, em momento de grave deterioração nas relações com os
EUA - OTAN.
Dia
28/2, o general William Fraser do exército dos EUA disse à Comissão das Forças
Armadas do Senado [1] que a chamada “Rede Norte de
Distribuição”, que cruza a Ásia Central, não basta para o transporte de todos os
tipos de carga que têm de ser levados do Afeganistão, ao ritmo necessário para
manter o cronograma da retirada.
Fraser disse que
há acordos vigentes com o Tadjiquistão, Quirguistão e Cazaquistão que pemitem o
trânsito por esses países, do equipamento que ainda está no Afeganistão – mas os
acordos não permitem que se transportem armas de nenhum tipo.
Caminhões transportando suprimentos para tropas dos EUA-OTAN no Afeganistão retornando da fronteira AF-Pak depois do fechamento pelo Paquisão |
Disse que os EUA
estão explorando outras vias para deslocar suprimentos não letais e alguns tipos
de blindados que podem ser transportados através daqueles países.
Suas declarações
sugerem que blindados leves como os US Humvee utilizados pelos soldados dos EUA
no Afeganistão – e talvez também os veículos Bradley blindados para transporte
de pessoal – podem transitar pela Ásia Central sem violar acordos existentes,
desde que todas as armas sejam removidas.
Mas é preciso
encontrar outra solução para transportar os tanques pesados M1A1 Abrams que
foram usados na província de Helmand no início de 2011.
Fraser disse
também que Rússia e Uzbequistão liberaram o trânsito pelas estradas em seu
território, para a retirada de equipamento.
A
estrada do Tadjiquistão
Gen. Sherali Khayrulloev, Ministro da Defesa do Tadjiquistão (D) e seu homólogo, Gen. Ahmad Vahidi, do Irã (E) |
No Tadjiquistão, o
porta-voz do ministério da Defesa, Farhod Ibodulloev, disse ao serviço tadjique
de notícias, dia 29/2, que o general Fraser visitou Dushanbe semana passada,
para encontros com o ministro da Defesa Sherali Khayrulloev.
Os analistas
tadjiques lembram que, em 2007, os EUA concluíram a construção de uma ponte,
estimada em $37 milhões de dólares, sobre o rio Panj, que liga o norte do
Afeganistão e o Tadjiquistão. Essa ponte poderia ser usada para retirada de
materiais. O porta-voz informou que o general americano e o ministro concordam
que, para o trânsito de carga, são suficientes os acordos existentes, e não se
exige nenhum novo acordo para a retirada de equipamento não letal e veículos
blindados.
Aquela ponte
permite tirar do Afeganistão cargas da OTAN e transportá-las até a base aérea
francesa em Dushanbe, dali a uma base alemã no Uzbequistão ou ao Quirguistão,
onde os EUA mantêm alugada uma parte do Aeroporto Internacional Manas, onde
armazenam as cargas que circulam pela Rede Norte de Distribuição. A carga da
OTAN também pode ser embarcada por via férrea no Tadjiquistão, atravessando a
Rússia, até portos do Báltico.
Na audiência no
Senado, dia 28 de fevereiro, Fraser disse também que todos os aviões que traziam
suprimentos para o Afeganistão estão agora sendo completamente carregados com os
itens não letais a serem retirados, e que chegaram como parte do surge, no final de 2011, que elevou o
número de soldados no Afeganistão, de 70 mil, para 110 mil.
Contudo, disse
Fraser, o fechamento das estradas para transporte de equipamento pesado por
terra através de território paquistanês, que eram usadas para levar até o
Afeganistão grande parte do equipamento militar usado pelos EUA, já reduziu o
ritmo da retirada e passa agora a ameaçar gravemente todo o cronograma.
Planos britânicos
Philip Hamond |
Oficiais da
Grã-Bretanha também tentam encontrar rotas alternativas para retirar de
território afegão seus soldados e carga militar. O secretário da Defesa
britânico, Philip Hammond, esteve no Uzbequistão dia 29 de fevereiro, onde
assinou acordo com o governo do Cazaquistão, para trânsito aéreo em território
daquele país, de equipamento militar e soldados.
O ministério da
Defesa da Grã-Bretanha informou que Hammond e o presidente cazaque Nursultan
Nazarbaev também acertaram o início das conversações para construir um acordo
para transporte de equipamento militar e soldados também por terra.
Em Astana, Hammond
disse que a Grã-Bretanha enfrentava “gigantesca operação logística” para retirar
do Afeganistão 11 mil contêineres e cerca de 3 mil veículos blindados – e que a
Grã-Bretanha começava a “trabalhar com nossos parceiros na região, para dar
conta dessa operação”.
O ministro da
Defesa do Cazaquistão, Adibek Dzhaksybekov, disse, depois das reuniões com
Hammond dia 28 passado, que “a cooperação militar internacional” é um dos itens
cruciais para “garantir a segurança regional”.
Essa
semana, também o ministro britânico das Forças Armadas, Nick Harvey, deve chegar
à região, para dar prosseguimento às negociações iniciadas por Hammond, no
Quirguistão, Tadjiquistão e Turcomenistão.
Nota
dos tradutores
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